Quem cabras não tem, cabritos vende, donde lhe vêm não se entende.

Quem cabras não tem, cabritos vende, donde lhe v ... Quem cabras não tem, cabritos vende, donde lhe vêm não se entende.

Alude à venda ou oferta de algo cuja proveniência é duvidosa; sugere suspeita de obtenção ilícita ou de falsa aparência de posse/experiência.

Versão neutra

Quem não tem cabras e vende cabritos, não se percebe de onde os obteve.

Faqs

  • Quando se usa este provérbio?
    Usa‑se para expressar desconfiança sobre a proveniência de bens, afirmações ou conhecimentos oferecidos por alguém que aparentemente não tem ligação legítima a esses bens ou dessa experiência.
  • O provérbio implica sempre que a pessoa cometeu um crime?
    Não necessariamente; o provérbio sugere suspeita ou incoerência. Acusar alguém de crime exige prova; o ditado tem função retórica e social, não judicial.
  • É adequado usar este provérbio em contextos formais?
    Em contextos formais convém evitar termos que possam ser interpretados como acusatórios sem evidências. Melhor explicar a dúvida de forma direta e factual.
  • Tem origem rural?
    Sim: o provérbio usa campo e gado como metáfora; é de raiz rural, pelo que aparece sobretudo em zonas onde a criação de cabras e cabritos era prática comum.

Notas de uso

  • Usa‑se para expressar desconfiança sobre a origem de bens, serviços ou informações oferecidas por alguém que aparentemente não tem relação legítima com eles.
  • Tem tom acusatório ou jocoso conforme o contexto; pode implicar suspeita de roubo, fraude ou de pretensão sem fundamento.
  • É uma expressão de uso regional e arcaico; em contextos formais convém clarificar em vez de acusar diretamente.
  • Não prova culpa: deve ser usada com cautela para não difamar; pode também servir para criticar hipocrisia ou falta de experiência.

Exemplos

  • No mercado, o homem vendia cabritos como se fossem seus, mas ninguém o via com cabras — os vizinhos murmuraram: 'Quem cabras não tem, cabritos vende'.
  • Quando alguém anuncia conhecimentos técnicos que não demonstra possuir, pode ouvir‑se: 'Quem cabras não tem, cabritos vende' — ou seja, desconfia‑se da origem dessa experiência.
  • Se um vendedor de electrónica oferece peças inacreditavelmente baratas e ninguém sabe como as obteve, aplica‑se o provérbio para questionar a legalidade.

Variações Sinónimos

  • Quem não tem cabras, vende cabritos.
  • Quem vende o que não tem, suspeita‑se da origem.
  • Não há fumo sem fogo (como expressão de suspeita, não exactamente equivalente literal).
  • Vender sem ter — expressão corrente com o mesmo sentido de suspeita sobre a proveniência.

Relacionados

  • origem duvidosa
  • mercado informal
  • fraude
  • hipocrisia
  • reputação

Contrapontos

  • Nem sempre a falta de posse aparente significa prática ilícita: o bem pode ter sido adquirido, emprestado ou recebido como presente.
  • Acusar sem provas pode ser difamatório; é prudente investigar antes de imputar culpa.
  • O provérbio exagera por efeito retórico — serve para desconfiar, não para concluir definitivamente.

Equivalentes

  • Português (variação curta)
    Quem não tem cabras, vende cabritos.
  • Inglês
    Literal: 'He who has no goats sells kids'; aproximado: 'Where there's smoke, there's fire' (expressa suspeita sobre a origem).
  • Espanhol
    Literal: 'Quien no tiene cabras, vende cabritos.' Aproximado: 'No hay humo sin fuego' (indica suspeita).
  • Francês
    Literal: 'Qui n'a pas de chèvres vend des chevreaux.' Aproximado: 'Il n'y a pas de fumée sans feu' (para indicar suspeita).