Quem cabritos vende e cabras não tem, de algum lado lhe vem: ou roubou-as ou lhas deu alguém
Expressa desconfiança sobre a origem de bens ou riquezas: se alguém vende algo que não possui, presume‑se que o obteve de forma ilÃcita ou por dádiva.
Versão neutra
Se alguém vende cabritos sem ter cabras, é suspeito: ou os roubou ou alguém lhos deu.
Faqs
- O que significa este provérbio?
Significa que é legÃtimo desconfiar de bens cuja origem não é explicada: se alguém vende algo que não possui, presume‑se que o obteve por meios pouco claros (roubo ou dádiva). - Em que contextos se usa?
Usa‑se em contextos informais para expressar suspeita sobre a proveniência de bens, rendimentos ou vantagens; pode aplicar‑se literal ou figurativamente. - É apropriado afirmar isto sobre uma pessoa concreta?
Não. O provérbio tem natureza acusatória; aplicá‑lo a alguém sem prova pode ser difamatório e injusto. Deve‑se usar com cautela ou ironia. - Qual a origem do provérbio?
A origem exacta não é documentada; surge do ambiente rural, onde o roubo de gado era um problema e a proveniência dos animais era motivo de suspeita.
Notas de uso
- Registo popular e proverbinal, originado em contextos rurais onde o furto de gado era preocupação comum.
- Usado tanto literalmente (em relação a animais ou bens) como figurativamente (para bens, dinheiro ou vantagens de origem duvidosa).
- Tom frequentemente acusatório; pode ser usado de forma irónica para insinuar falta de transparência.
- Não é apropriado como acusação formal — evita alegações sem prova para não incorrer em difamação.
Exemplos
- Ouço dizer que ele está a vender carros importados a preço baixo — quem os trouxe? Quem cabritos vende e cabras não tem.
- Na feira, desconfiaram do vendedor que oferecia mel barato: quem cabritos vende e cabras não tem — de onde vem aquilo?
Variações Sinónimos
- Quem vende cabritos sem ter cabras, ou os roubou ou lhos deram.
- Vende cabritos quem cabras não tem — de algum lado vieram.
- Quem vende o que não tem, de algum lado o trouxe.
Relacionados
- Onde há fumo, há fogo (não há fumo sem fogo)
- Nem tudo o que reluz é ouro
- Desconfiar de coisas «baratas demais»
Contrapontos
- Nem sempre uma posse sem origem clara é fruto de crime: pode ser herança, dádiva, empréstimo ou atividade legÃtima de intermediário.
- Hoje em dia existem modelos de negócio (ex.: revenda, consignação) em que alguém pode vender bens sem os possuir permanentemente.
- Acusar sem prova pode prejudicar reputações e ser legalmente arriscado; a presunção de inocência deve ser respeitada.
Equivalentes
- Inglês
Literal: "Who sells kids but has no goats—where did they come from? Either he stole them or someone gave them to him." (equivalente de ideia: "There's no smoke without fire") - Espanhol
Literal/idiomática: "Quien vende cabritos y no tiene cabras, o se las robó o se las dieron." - Francês
Tradução literal: "Qui vend des chevreaux sans avoir de chèvres — d'où viennent‑ils ? Soit il les a volés, soit on les lui a donnés." - Italiano
Tradução literal: "Chi vende capretti e non ha capre, da qualche parte li ha presi: o li ha rubati o glieli ha dati qualcuno."