Quem dá o seu antes de morrer, aparelhe-se a bem sofrer.
Avisa que quem se desfaz dos seus bens enquanto ainda vive corre o risco de passar necessidades ou sofrer no futuro.
Versão neutra
Quem distribui os seus bens antes de morrer deve preparar‑se para possíveis dificuldades no futuro.
Faqs
- Quando é apropriado usar este provérbio?
Serve para advertir sobre doações ou ceder bens sem garantir a própria segurança futura; adequado em conversas sobre heranças, gestão de património e cuidados a pessoas idosas. - O provérbio condena totalmente a generosidade?
Não necessariamente. A advertência centra‑se na prudência: ser generoso é válido, mas convém manter reservas e assegurar condições legais e financeiras que evitem risco de empobrecimento. - Como aplicar esta ideia na prática hoje?
Fazer planeamento sucessório, consultar um advogado ou consultor financeiro antes de grandes doações, documentar acordos e manter uma poupança para necessidades futuras.
Notas de uso
- Empregado como advertência contra a generosidade imprudente ou doações feitas sem pensar nas próprias necessidades futuras.
- Usado também para alertar sobre manipulação por familiares ou terceiros para obter bens de pessoas vulneráveis.
- Tom tradicional, mais comum em contextos conservadores sobre património e herança; pode soar moralizador em conversas modernas.
- Não condena a generosidade em si, mas sublinha a importância de manter reservas e planear financeiramente.
Exemplos
- Depois de vender a casa e dar as economias aos filhos, o avô começou a sentir que lhe faltava dinheiro para cuidados; a família lembrou‑lhe o provérbio: 'Quem dá o seu antes de morrer, aparelhe‑se a bem sofrer.'
- Quando a vizinha queria doar toda a pensão a um sobrinho, o conselheiro financeiro disse com tato: 'É bom ser generosa, mas pense no futuro — quem dá o seu antes de morrer deve preparar‑se para não padecer.'
- Discutiam a venda do terreno para ajudar parentes e alguém comentou: 'Lembram‑se do que diz o ditado — quem dá o seu antes de morrer, aparelhe‑se a bem sofrer.'
- Depois de ter prometido a maior parte da herança a uma instituição, ela guardou uma reserva para si, não por egoísmo, mas por precaução — uma interpretação prática do provérbio.
Variações Sinónimos
- Quem dá os bens de si, arrisca‑se a padecer depois.
- Quem distribui a sua fortuna em vida prepara‑se para passar necessidade.
- Dar o que é seu em vida pode trazer sofrimento depois.
Relacionados
- Mais vale um pássaro na mão do que dois a voar (sublinhar a prudência em conservar recursos).
- Não deixes para amanhã o que é teu hoje (variação sobre guardar/planear).
Contrapontos
- A generosidade pode fortalecer laços familiares e sociais; dar em vida permite ver o benefício das doações.
- Com planeamento adequado (testamentos, registos legais, acordos), é possível doar sem se expor a riscos excessivos.
- Em contextos onde o apoio social ou serviços públicos são insuficientes, partilhar bens pode ser uma estratégia racional e ética.
Equivalentes
- Inglês
He who parts with his possessions before he dies should prepare to suffer (literal); more idiomatically: "Don't give away your estate while you're still alive unless you're ready to face the consequences." - Espanhol
Quien da lo suyo antes de morir, prepárese a sufrir. - Francês
Qui donne ses biens de son vivant doit se préparer à souffrir.