Quem em cárceres vive, em cárceres quer morrer.

Quem em cárceres vive, em cárceres quer morrer.
 ... Quem em cárceres vive, em cárceres quer morrer.

A pessoa habituada a condições limitadoras ou opressivas tende a aceitá‑las e a preferi‑las ao risco de mudança.

Versão neutra

Quem vive em prisões, nelas quer morrer.

Faqs

  • Quando se usa este provérbio?
    Usa‑se para comentar situações em que pessoas aceitam ou preferem condições limitadoras por estarem habituadas, por medo do desconhecido ou por falta de alternativas visíveis.
  • Este provérbio tem origem histórica documentada?
    Não há uma origem histórica claramente documentada; é parte do saber popular e circula como provérbio tradicional.
  • É ofensivo ou sensível usar‑lo?
    Não é ofensivo por si; contudo, quando aplicado a pessoas em situações vulneráveis (ex‑reclusos, vítimas de abuso), convém cuidado e sensibilidade no tom.

Notas de uso

  • Usa‑se para criticar o conformismo e a naturalização de situações injustas ou restritivas.
  • A palavra 'cárceres' é arcaica; no português atual costuma traduzir‑se por 'prisões' ou usada metaforicamente.
  • Pode aplicar‑se a contextos literais (prisão física) e figurados (emprego tóxico, relações abusivas, regimes autoritários).
  • Não implica que a mudança seja impossível — sublinha antes a força da habituação e do medo do desconhecido.

Exemplos

  • Depois de anos naquela empresa que o explorava, já aceitava horários e tratamentos que antes rejeitava — é o caso daquele provérbio: 'Quem em cárceres vive, em cárceres quer morrer.'
  • Ao discutir regimes autoritários, o investigador disse: 'Quando a população se habitua à repressão, muitos deixam de ver a necessidade de mudar — quem em cárceres vive, em cárceres quer morrer.'

Variações Sinónimos

  • Quem vive em prisões, nelas quer morrer.
  • Quem se habitua à cadeia, nela quer morrer.
  • Antes o conhecido do que o desconhecido (sentido próximo, mais idiomático).

Relacionados

  • Antes o diabo conhecido do que o diabo por conhecer (equivalente sobre preferência pelo conhecido).
  • Mais vale o conhecido do que o desconhecido (expressão de conservadorismo).

Contrapontos

  • Nem todos os que se habituam a uma situação a preferem: a resistência e a procura de liberdade são possíveis e desejáveis.
  • A mudança pode ser mais benéfica do que permanecer no 'conhecido' — o provérbio descreve uma tendência, não uma regra inevitável.
  • Prover oportunidades, apoio e informação pode reduzir o efeito de habituação referido pelo provérbio.

Equivalentes

  • Inglês
    He who lives in prisons wants to die in prisons. (Conceito próximo: 'Better the devil you know than the devil you don't.')
  • Espanhol
    Quien vive en cárceles, en cárceles quiere morir.
  • Francês
    Qui vit en prison veut y mourir.