Quem mete o nariz em terreno alheio, se não foge a tempo, apanha em cheio.
A intromissão em assuntos que não nos dizem respeito pode trazer consequências negativas.
Versão neutra
Quem se intromete em assuntos alheios arrisca-se a sofrer consequências.
Faqs
- Este provérbio é sempre aplicável?
Não. Aplica-se sobretudo a intromissões que resultam de curiosidade, fofoca ou autoafirmação imprudente. Intervenções com finalidade de proteger alguém ou denunciar ilegalidades não se enquadram automaticamente na crítica do provérbio. - É uma expressão ofensiva?
Depende do tom e do contexto. Usada como advertência geral é aceitável; dirigida a uma pessoa como acusação pode ser percebida como rude. - Como dizer o mesmo de forma mais suave?
Pode optar por expressões menos contundentes, como «não te metas nisso» ou «é melhor deixares esse assunto a quem trata dele».
Notas de uso
- Registo: coloquial e de uso corrente; serve como advertência ou conselho.
- Tom: geralmente admonitório; pode soar duro se dirigido directamente a alguém.
- Contexto: adequado em situações de conflito, fofoca, ou quando alguém se envolve em assuntos alheios sem convite.
- Não é um encorajamento ao silêncio diante de injustiças graves — aplica-se sobretudo a intromissões triviais ou potencialmente perigosas.
Exemplos
- Quando viste o chefe a discutir com um colega e foste dizer a tua opinião, lembrou-se do provérbio: quem mete o nariz em terreno alheio, se não foge a tempo, apanha em cheio.
- Na reunião tentaram meter-se em assuntos do departamento financeiro sem conhecer os dados; acabou por correr mal — uma boa ilustração do provérbio.
- Disse-lhe para ficar à distância; às vezes é melhor não se intrometer em discussões familiares para não agravar a situação.
Variações Sinónimos
- Quem se mete onde não é chamado, leva à cabeça.
- Quem se mete em casa alheia, faz mau fim.
- Não te metas em coisas que não são da tua conta.
Relacionados
- Quem semeia ventos colhe tempestades (consequências de ações imprudentes).
- Cada macaco no seu galho (cada um no seu âmbito de responsabilidade).
- Mete o bedelho onde não deve (expressão semelhante, mais coloquial).
Contrapontos
- Há situações em que a intervenção é necessária e moralmente justificável (por exemplo, prevenir dano, proteger alguém vulnerável ou denunciar ilegalidades).
- O provérbio não distingue entre intromissão maliciosa e intervenção responsável; contextos éticos exigem avaliação caso a caso.
- Silêncio ou não intervenção também podem ser prejudiciais — não deve servir de desculpa para omissão diante de injustiças graves.
Equivalentes
- Inglês
If you stick your nose into other people's business, you may get smacked / Mind your own business. - Espanhol
Quien se mete en lo que no le importa, acaba mal / No te metas donde no te llaman. - Francês
Qui se mêle des affaires d'autrui s'expose aux ennuis. - Alemão
Wer sich in fremde Angelegenheiten einmischt, riskiert Ärger.