Quem não dá das suas peras, das alheias não espere.

Quem não dá das suas peras, das alheias não esp ... Quem não dá das suas peras, das alheias não espere.

Se não partilhas o que é teu, não podes esperar que os outros partilhem o que têm.

Versão neutra

Quem não partilha o que tem, não deve esperar que os outros partilhem o que têm.

Faqs

  • Quando devo usar este provérbio?
    Usa‑o para sublinhar a importância da reciprocidade, por exemplo ao aconselhar alguém que quer favores sem ter dado nada em troca, ou ao criticar atitudes de aproveitamento.
  • É sempre correcto aplicá‑lo?
    Não. Em contextos de necessidade ou desigualdade, exigir reciprocidade pode ser injusto. O provérbio funciona melhor como comentário sobre relações de troca voluntária.
  • Tem equivalentes modernos ou mais neutros?
    Sim. Frases como "Não esperes dos outros o que não dás" ou "Reciprocidade é essencial" transmitem a mesma ideia de forma direta e neutra.
  • Pode ser considerado rude dizer isto a alguém?
    Pode. O tom proverbioso é direto e pode soar acusatório; adapta a formulação ao contexto e à sensibilidade da pessoa.
  • Como se aplica no trabalho?
    No local de trabalho, reflete‑se em colaboração: contribuir com ajuda e esforço aumenta a probabilidade de obter apoio dos colegas no futuro. Contudo, práticas formais (políticas de empresa) não devem depender só de reciprocidade informal.

Notas de uso

  • Expressa a ideia de reciprocidade e justiça nas trocas sociais: quem não é generoso não deve exigir generosidade.
  • Usa-se em contextos informais e formais para justificar ou criticar atitudes de egoísmo ou de esperar favores sem retribuição.
  • Evita-se como justificação absoluta para recusar ajuda a quem precisa — pode ser percebido como moralizador ou insensível em situações de desigualdade.
  • Tom e público: frase direta, de tom proverbial; adequada em conversas, conselhos informais, mas cuidado em contextos profissionais sensíveis.

Exemplos

  • Se nunca ajudaste os colegas no escritório, não fiques surpreendido se eles não te emprestarem apoio quando precisares — quem não dá das suas peras, das alheias não espere.
  • Maria recusou sempre dividir as despesas nas saídas; quando pediu ajuda para um imprevisto, os amigos lembraram-lhe o provérbio e não se mostraram disponíveis.
  • Numa negociação, recusar pequenas concessões dificulta obter mais tarde reciprocidade: não esperes favores se não deres primeiro.
  • Em projetos comunitários, quem não contribui com trabalho ou recursos não deve exigir participação plena nas decisões.

Variações Sinónimos

  • Quem não dá, não recebe.
  • Não esperes dos outros o que não dás.
  • Quem não reparte o seu, não conte com o dos outros.
  • Quem não semeia, não colhe.

Relacionados

  • Quem não semeia não colhe
  • Uma mão lava a outra
  • Dar para receber
  • Reciprocidade e trocas sociais
  • Cadeias de favores

Contrapontos

  • A generosidade não deve ser sempre condicionada; há valores como solidariedade e ajuda desinteressada.
  • Em situações de desigualdade, esperar reciprocidade pode ser injusto: quem tem menos pode não poder retribuir.
  • O provérbio pode ser usado para justificar egoísmo ou para pressionar quem já dá muito a reter ajuda.
  • Existem formas estratégicas de generosidade (dar primeiro para fomentar confiança) que não se enquadram na leitura moralizadora do provérbio.

Equivalentes

  • Inglês
    Don't expect others to give what you won't give; "One hand washes the other" (reciprocity).
  • Espanhol
    Quien no da de lo suyo, de lo ajeno no espere.
  • Francês
    N'attends pas des autres ce que tu refuses de donner toi‑même.
  • Alemão
    Wer nicht gibt, darf nicht erwarten, dass andere geben; "Eine Hand wäscht die andere."