Quem não morre da doença, morre decerto da cura

Quem não morre da doença, morre decerto da cura. ... Quem não morre da doença, morre decerto da cura.

Adverte que o remédio ou intervenção pode causar tanto ou mais dano que o problema que pretende resolver; aviso contra tratamentos excessivos ou medidas mal pensadas.

Versão neutra

Por vezes o tratamento ou a solução causam danos iguais ou superiores ao problema que pretendem corrigir.

Faqs

  • Quando devo usar este provérbio?
    Use‑o para advertir contra soluções precipitadas ou intervenções que não tiveram avaliação adequada do risco, tanto em contextos médicos como sociais, políticos ou técnicos.
  • O provérbio sugere que nunca devemos tratar um problema?
    Não. Trata‑se de um aviso para ponderar riscos e benefícios. Muitas intervenções são necessárias e salvam vidas; o provérbio critica apenas tratamentos ou soluções desproporcionadas ou mal concebidas.
  • É um provérbio médico?
    Tem aplicação médica literal, mas é mais amplo: é usado metaforicamente para qualquer situação em que a solução possa causar danos maiores que o problema.
  • Como evitar que a 'cura' seja pior que a doença?
    Faz‑se uma avaliação cuidadosa do risco/benefício, basear decisões em evidência, consultar especialistas e aplicar medidas graduais com monitorização.

Notas de uso

  • Usa‑se literalmente em contexto médico para criticar intervenções arriscadas ou tratamentos com efeitos adversos significativos.
  • Emprega‑se figurativamente para apontar que soluções, regras ou reformas podem ter consequências piores que o problema original.
  • Tom: geralmente cauteloso ou irónico; pode servir de crítica preventiva antes de uma intervenção.
  • Não deve servir de pretexto para recusar sempre qualquer ação; avalia‑se risco/benefício caso a caso.

Exemplos

  • O hospital atrasou a operação por falta de recursos e quando a fizeram ocorreram complicações graves; é um triste exemplo de «quem não morre da doença, morre decerto da cura».
  • No debate sobre fiscalidade, implementaram medidas tão complexas que muitas pequenas empresas fecharam; às vezes quem não morre da doença morre da cura.
  • Atualizar o sistema sem testes provocou perda de dados: o patch tornou‑se pior que o problema inicial — um caso prático do provérbio.
  • Alguns pais sobreprotegendo os filhos acabam por lhes causar dependência; quem não morre da doença, morre decerto da cura pode aplicar‑se aqui.

Variações Sinónimos

  • O remédio é pior que a doença.
  • A cura pior que o mal.
  • A solução torna‑se pior que o problema.

Relacionados

  • Mais vale prevenir do que remediar (contraste: prevenção em vez de intervenção tardia).
  • Melhor um mau acordo do que uma boa demanda (sobre escolher o menor mal).
  • Não se faz omelete sem partir ovos (sobre custos necessários de atuar).

Contrapontos

  • Nem sempre o tratamento é pior: a medicina moderna salva muitas vidas; o provérbio não invalida intervenções benéficas quando justificadas.
  • Avaliações de risco e provas científicas permitem reduzir efeitos adversos e justificar a intervenção.
  • Usar o provérbio como argumento absoluto pode levar à inação e agravar o problema original.

Equivalentes

  • inglês
    The cure is worse than the disease.
  • francês
    Le remède est pire que le mal.
  • espanhol
    Quien no muere de la enfermedad, muere de la cura.
  • italiano
    Il rimedio è peggiore del male.
  • latim
    Remedium peius est quam malum.