Quem nasceu para ralar coco, morre de cócoras.
Expressa a ideia de que determinadas condições sociais, profissões ou destinos humildes tendem a manter-se ao longo da vida.
Versão neutra
Quem nasce para trabalhos humildes tende a morrer a desempenhá-los.
Faqs
- Este provérbio é ofensivo?
Pode ser. Tem potencial classista e determinista: ao afirmar que alguém permanece numa condição humilde por destino, pode reforçar estigmas. O tom e o contexto determinam se será percebido como ingénuo, resignado ou ofensivo. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Em conversas informais para expressar resignação sobre uma situação laboral ou social persistente. Deve evitar-se em contextos formais, educativos ou quando se discute mobilidade social, para não minimizar esforços ou desigualdades. - Há alternativas menos deterministas?
Sim. Frases como «cada um tem o seu caminho» ou «há sempre possibilidade de mudança» transmitem menos fatalismo e evitam estigmatizar profissões ou origens.
Notas de uso
- Usado em linguagem coloquial para comentar a persistência de uma ocupação ou condição económica.
- Tem tom determinista: sugere que o destino de uma pessoa é difícil de alterar.
- Pode ser usado com humor resignado ou com intenção depreciativa, dependendo do contexto.
- Não é apropriado em contextos sensíveis a questões de mobilidade social ou quando se pretende evitar julgamentos sobre origem ou profissão.
Exemplos
- Depois de tantos anos no mesmo ofício, ele disse: «Quem nasceu para ralar coco, morre de cócoras», ao aceitar que dificilmente mudaria de emprego.
- Ela usou o provérbio para criticar a falta de oportunidades na região: «Não é por falta de vontade — quem nasceu para ralar coco, morre de cócoras».
- Num tom mais crítico, alguém comentou: «Dizemos isso como se fosse inevitável, mas a educação e políticas públicas podem mudar esse destino».
Variações Sinónimos
- Quem nasce para pobre, não morre rico (variante coloquial)
- Cada macaco no seu galho (sentido aproximado: cada um no seu lugar)
- Quem nasce para mondar, morre mondando (variante regional)
Relacionados
- Dizer que alguém 'nasceu para isto' — expressão de destino/aptidão
- Provérbios sobre destino e condição social
- Comentário social sobre mobilidade e oportunidade
Contrapontos
- Argumento a favor da mobilidade social: educação, formação e políticas públicas permitem alterar trajetórias de vida.
- Perspetiva meritocrática: com esforço e oportunidade é possível mudar de condição profissional.
- Aviso ético: usar o provérbio para justificar desigualdades pode perpetuar estigmas e fatalismo.
Equivalentes
- Inglês (tradução literal/aproximação)
He who was born to grind coconuts dies squatting (traduction literal; sem equivalente idiomático direto). - Espanhol (tradução literal/variante regional)
El que nace para pelar cocos, muere agachado (traducción literal; existen variantes regionales con sentido parecido).