Quem pode ser seu, em ser de outro é sandeu.
Aconselha autonomia: quem pode ser dono de si próprio torna‑se tolo se se sujeitar a outro sem necessidade.
Versão neutra
Quem pode ser seu, sendo de outro é tolo.
Faqs
- O que significa «sandeu»?
«Sandeu» é um termo arcaico/regional que significa 'tolo' ou 'parvo'. Hoje é pouco usado, mas mantém esse sentido no provérbio. - Quando se usa este provérbio?
Usa‑se para advertir alguém contra a submissão desnecessária, incentivando autonomia pessoal, económica ou moral. - É um provérbio ofensivo?
Tem um tom crítico e pode soar ofensivo se aplicado directamente a alguém. É mais adequado como reflexão geral do que como insulto. - Tem origem literária conhecida?
Não há fonte literária claramente atribuída; pertence ao folclore/proverbial popular, com vocabulário regional. - Aplica‑se sempre?
Não. Nem toda a dependência é negativa: relações de apoio, contratos e interdependência social podem ser racionais e necessárias.
Notas de uso
- Registo: popular e um pouco arcaico; o verbo e o substantivo («sandeu») são coloquiais/regionais.
- Uso: empregado para recomendar independência (pessoal, económica ou moral) e criticar subserviência desnecessária.
- Tom: admoestatório; pode soar duro se usado directamente sobre outra pessoa.
- Contexto moderno: frequente em debates sobre autonomia, escolhas profissionais ou relações pessoais, quando se quer enfatizar a perda de liberdade.
Exemplos
- Depois de recusar vários trabalhos mal pagos, disse‑lhe: «Quem pode ser seu, sendo de outro é tolo» — prefere ganhar a vida por si do que viver dependente.
- Ao ouvirmos que Maria aceitara ordens e humilhações no emprego, alguém comentou: «Quem pode ser seu, em ser de outro é sandeu» para criticar a falta de auto‑estima.
- Na discussão sobre emigrar para depender de favores, o avô advertiu: «Se podes construir algo teu, não te ponhas nas mãos de outros; quem o faz é sandeu».
Variações Sinónimos
- Quem pode ser seu, sendo de outro é tolo.
- Quem pode mandar em si, ser de outrem é parvoíce.
- Melhor ser livre do que escravo de outro.
Relacionados
- Antes só do que mal acompanhado.
- Mais vale ser cabeça de sardinha que rabo de cavalo.
- Melhor só do que mal acompanhado.
Contrapontos
- Nem sempre a independência absoluta é possível ou desejável; relações de interdependência podem ser necessárias e virtuosas (família, cooperação profissional).
- Em contextos hierárquicos legítimos (contrato de trabalho, organização militar), sujeição não é sinónimo de tolice mas de responsabilidade ou conveniência.
- O provérbio pode estigmatizar escolhas práticas tomadas por necessidade (aceitar emprego precário por falta de alternativas).
Equivalentes
- Inglês
If you can stand on your own feet, it's foolish to be someone else's. - Espanhol
Quien puede ser suyo, siendo de otro es necio. - Francês
Qui peut être à soi, être aux autres est sot.