Quem sempre traz má cor, nem é médico, nem doutor.
Critica quem vive de aparência de doença ou de queixa permanente; sugere que a queixa contínua não qualifica ninguém como autoridade ou curador.
Versão neutra
Quem vive sempre a queixar‑se não é médico nem doutor.
Faqs
- O que significa concretamente este provérbio?
Significa que quem vive constantemente a mostrar maleita, queixa ou má vontade não deve ser tomado como autoridade ou solução; é uma crítica à postura de vitimização ou à atitude permanente de descontentamento. - Posso usar este provérbio em qualquer contexto?
É mais apropriado em contextos informais e entre pessoas conhecidas. Deve evitar‑se o uso quando se fala de saúde real ou de pessoas vulneráveis, porque pode ferir ou estigmatizar. - Tem origem histórica conhecida?
Não existe autor ou data precisos: trata‑se de um ditado popular transmitido oralmente em Portugal e incluído em várias colecções de provérbios.
Notas de uso
- Registo: popular e coloquial. Usa-se em conversas informais para comentar comportamentos de quem se queixa habitualmente.
- Sentido figurado: refere-se tanto a quem simula mal-estar para obter atenção como a quem adopta uma postura permanentemente negativa.
- Cautela: não aplicar a pessoas com doenças crónicas ou problemas psicológicos reais — pode ser ofensivo e estigmatizante.
- Pode ser usado com humor entre pessoas que se conhecem bem, mas deve evitar-se em contextos profissionais ou formais.
Exemplos
- Quando o João entra em todas as reuniões a queixar‑se de tudo, eu digo: 'Quem vive sempre a queixar‑se não é médico nem doutor.'
- Perante as constantes desculpas da colega, a chefe murmurou: 'Quem sempre traz má cor, nem é médico, nem doutor', e pediu medidas concretas.
- Usou‑se o provérbio em tom de brincadeira: 'Se ele passa o dia a parecer doente, isso não o torna especialista em nada.'
Variações Sinónimos
- Quem vive de má cara, nem é médico nem doutor.
- Quem está sempre de má cara não é doutor.
- Quem vive sempre a queixar‑se não é doutor.
Relacionados
- Não julgues o livro pela capa.
- Quem tem telha de vidro não atira pedras ao telhado alheio.
- As aparências iludem.
Contrapontos
- Não se deve menosprezar quem sofre — nem sempre a queixa é simulação.
- Uma pessoa pode parecer frágil e, mesmo assim, ser especialista; a aparência não prova competência.
- Devemos ter empatia antes de julgar comportamentos persistentes de doença ou tristeza.
Equivalentes
- inglês
He who always looks sick is neither a doctor nor a scholar. - espanhol
Quien siempre parece enfermo no es ni médico ni sabio. - francês
Qui a toujours mauvaise mine n'est ni médecin ni docteur.