Saber os dentes ranger não é saber morder.
A capacidade de ameaçar ou mostrar intenção não equivale à capacidade de executar ou causar efeito.
Versão neutra
Saber ameaçar não equivale a saber agir.
Faqs
- Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se quer salientar que alguém apenas faz demonstrações ou ameaças sem capacidade, intenção ou meios para levar adiante o que promete. - O provérbio é ofensivo?
Por si só não é injurioso; funciona como comentário crítico sobre comportamento (fanfarronice ou vaidade). Deve‑se evitar usar de forma pessoal e depreciativa. - É equivalente a «cão que ladra não morde»?
Sim, expressa ideia semelhante: ruído/ameaça não corresponde necessariamente à ação. Há matizes: o primeiro destaca a diferença entre aparência e capacidade; o segundo foca mais no comportamento. - Pode haver casos em que 'ranger dentes' é útil?
Sim. Ameaças credíveis ou demonstrações de força podem dissuadir e evitar conflito; o provérbio refere‑se sobretudo a ameaças vazias ou sem suporte.
Notas de uso
- Usa‑se para alertar contra ameaças vazias, fanfarronice ou aparentes demonstrações de força sem respaldo prático.
- A aplicação é comum em contextos de negociação, política, liderança e relações interpessoais.
- Tom neutro e observacional; pode ser usado para censurar arrogância ou para aconselhar prudência estratégica.
- Não implica que mostrar força seja sempre inútil — refere‑se especificamente a faltas de substância por trás da aparência.
Exemplos
- O chefe continua a fazer advertências públicas, mas nunca aplica medidas sérias — saber os dentes ranger não é saber morder.
- Num jogo competitivo, é fácil intimidar o adversário com conversa; quem vence é quem sabe jogar — saber os dentes ranger não é saber morder.
- O candidato promete medidas duras, mas sem planos concretos; os eleitores lembram‑se que saber os dentes ranger não é saber morder.
- Na negociação, muitas vezes a fachada de firmeza serve de dissuasão; quando a outra parte testa, percebe‑se que saber os dentes ranger não é saber morder.
Variações Sinónimos
- Saber ranger os dentes não é saber morder.
- Ruído sem mordida
- Fanfarrice não substitui ação
- Boca grande, mãos vazias
Relacionados
- Cão que ladra não morde.
- Quem muito ruge pouco morde.
- Ladrão que avisa não rouba.
- Não é o barulho que dá sustentação ao argumento, é a prova.
Contrapontos
- Mostrar força ou retórica pode ser útil como dissuasão sem necessidade de agir (o bluff como estratégia legítima).
- Em alguns contextos simbólicos, a demonstração pública de intenção tem valor por si só (p. ex. protestos, sinalização política).
- Nem todas as manifestações de força são vazias; às vezes servem para ganhar tempo, mobilizar apoios ou preparar ações concretas.
Equivalentes
- Inglês
All bark and no bite. - Espanhol
Mucho ruido y pocas nueces. - Francês
Beaucoup de bruit pour rien (ou: aboyer mais ne pas mordre). - Italiano
Abbaia ma non morde.