Só se sabe querer bem quem de si mesmo se sabe livrar.
Para amar verdadeiramente os outros é preciso libertar‑se do ego, da possessividade e do interesse próprio; o afecto assim é generoso e não possessivo.
Versão neutra
Só quem se liberta do próprio ego consegue amar os outros de forma verdadeira.
Faqs
- O que significa concretamente 'livrar‑se de si mesmo'?
Significa reduzir a centralidade do próprio ego, diminuir a possessividade e os interesses exclusivamente pessoais que impedem de dar afeto de forma livre e desinteressada. - Isto quer dizer que não devo cuidar de mim?
Não. O provérbio enfatiza a superação do egoismo e da possessividade, mas não promove o autoabandono. Amor saudável exige também limites e cuidado próprio. - Como aplicar este provérbio nas relações práticas?
Trabalhar a empatia, reconhecer necessidades do outro sem tentar moldá‑lo, diminuir exigências possessivas e praticar generosidade. Terapia, reflexão e comunicação são ferramentas úteis.
Notas de uso
- Usa‑se para aconselhar sobre relações pessoais e sobre altruísmo.
- Frequentemente citado em contextos morais, filosóficos ou religiosos que valorizam a abnegação.
- Pode ser interpretado de formas distintas: como rejeição do ego ou como crítica à excessiva dependência emocional.
- Deve ser aplicado com cuidado: não justifica negligência do autocuidado ou autoabandono.
Exemplos
- Depois da terapia, Maria percebeu que precisava de deixar de pensar só em si; só assim pôde amar o amigo sem ciúmes — lembrando que só se sabe querer bem quem de si mesmo se sabe livrar.
- Num conselho ao jovem casal, o avô disse que a base do amor é saber abrir mão do ego e das exigências possessivas: 'só se sabe querer bem quem de si mesmo se sabe livrar'.
Variações Sinónimos
- Só quem se livra de si próprio sabe amar.
- Quem se liberta do próprio ego consegue amar verdadeiramente.
- Amar bem exige livrar‑se do próprio eu.
Relacionados
- Amor não é posse.
- Quem ama perdoa.
- Dar sem esperar receber.
Contrapontos
- Perspectiva psicológica moderna: é necessário ter uma base de amor-próprio e limites saudáveis para poder amar os outros de forma estável.
- Interpretar o provérbio como apelo ao autoabandono é perigoso; o equilíbrio entre altruísmo e autocuidado é crucial.
- Em situações práticas (por exemplo, cuidar de filhos ou doentes), assumir demasiado sacrifício pode levar a burnout — o provérbio não legitima isso.
Equivalentes
- inglês
Only those who free themselves from themselves know how to love well. - espanhol
Sólo sabe querer bien quien se sabe librar de sí mismo. - francês
On ne sait bien aimer que celui qui sait se libérer de soi‑même.