Tantas vezes vai o pote à fonte, que um dia quebra.
Advertência de que a repetição de uma acção arriscada ou indevida acabará por causar dano ou falha.
Versão neutra
Se repitares uma acção arriscada muitas vezes, é provável que um dia resulte em desastre.
Faqs
- Quando devo usar este provérbio?
Use para advertir contra a repetição de actos arriscados ou negligentes que provavelmente acabarão por ter consequências negativas. - Qual é a origem deste provérbio?
É um provérbio popular de origem ibérica com variantes registadas em várias línguas; a data exacta da sua origem é incerta. - É ofensivo dizer isto a alguém que sofreu um infortúnio?
Pode ser. Aplicá‑lo sem contexto pode parecer que se está a culpar a vítima. É preferível usá‑lo como aviso preventivo ou com cuidado. - Tem o provérbio equivalentes noutras línguas?
Sim — há formas muito próximas em espanhol, inglês, francês, italiano e outras línguas europeias.
Notas de uso
- Usa‑se para avisar contra a repetição de comportamentos perigosos, ilegais ou de risco que podem ter consequência inevitável.
- Tom: geralmente admonitório ou preventivo; pode ser usado de forma crítica para justificar uma consequência sofrida por acções repetidas.
- Contextos: segurança laboral, conduta pessoal, hábitos financeiros, relações interpessoais. Registo coloquial e popular.
- Cautela: evitá‑lo como forma de culpar pessoas que sofreram um acidente quando factores externos ou azar também podem ter peso.
Exemplos
- O técnico avisou o chefe: cortar nos testes de qualidade tantas vezes vai o pote à fonte, que um dia quebra — e teremos um produto com defeito.
- Ela sabia que estacionar sempre no mesmo local proibido era arriscado; acabou multada. Tantas vezes vai o pote à fonte, que um dia quebra.
Variações Sinónimos
- Tantas vezes vai o cântaro à fonte que um dia se parte.
- Tantas vezes vai o jarro à fonte, que um dia se quebra.
- Quem brinca com fogo acaba por se queimar.
- O vaso vai tantas vezes à fonte que um dia parte.
Relacionados
- Quem brinca com fogo, acaba por se queimar.
- Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. (diferente: persistência leva a resultado)
- Quem tudo quer, tudo perde. (consequência de comportamentos imprudentes)
Contrapontos
- Nem sempre a repetição de um acto perigoso resulta em dano: probabilisticamente, pode existir sorte ou mitigação por factores externos.
- A expressão pode encobrir problemas sistémicos: repetir uma acção arriscada não deveria ser a única explicação para falhas se houver falta de prevenção por terceiros.
- Em contextos de aprendizagem, repetir uma tarefa pode reduzir riscos (prática leva à melhoria), pelo que o provérbio não se aplica a todas as repetições.
Equivalentes
- Espanhol
Tantas veces va el cántaro a la fuente que al fin se rompe. - Inglês
The pitcher goes so often to the well that it is broken at last. - Francês
Tant de fois le pot va à la fontaine qu'un jour il se casse. - Italiano
Tante volte va la brocca alla fonte che un giorno si rompe.