Vai‑te ganho que dás perca

Vai-te ganho que dás perca ... Vai-te ganho que dás perca

Aviso de que um ganho aparente ou imediato pode provocar uma perda maior mais tarde; alerta contra ações que, embora pareçam vantajosas, são prejudiciais a longo prazo.

Versão neutra

Um ganho imediato ou aparente pode acabar por causar uma perda maior a longo prazo.

Faqs

  • Quando se usa este provérbio?
    Usa‑se para advertir alguém que está a tomar uma decisão que dá vantagem imediata mas que pode resultar em prejuízo futuro, seja em finanças, relações ou trabalho.
  • Significa sempre que não se deve arriscar?
    Não necessariamente; o provérbio enfatiza cautela. Em alguns contextos é apropriado assumir risco calculado, mas este ditado alerta contra ganhos curtos que implicam perdas maiores.
  • É um provérbio de uso corrente?
    É de registo popular e pode soar mais regional ou antigo; no entanto, a ideia subjacente é amplamente reconhecida e compreendida em PT‑PT.

Notas de uso

  • Usa‑se para advertir alguém que está a priorizar vantagem imediata em detrimento de benefícios futuros.
  • Tom: moralizador, preventivo; frequente em contextos de finanças, negócios, relações pessoais ou trabalho.
  • Registo: popular e proverbial; pode soar antiquado em linguagem formal.
  • Pode referir tanto decisões precipitados como comportamentos auto‑prejudiciais (p. ex. vinganças que trazem prejuízo próprio).
  • Se a intenção for encorajar risco calculado, usar um provérbio diferente, pois este tem sentido cautelar.

Exemplos

  • Não compres só porque é barato; vai‑te ganho que dás perca — um material barato pode sair mais caro em reparações.
  • Ao cortar relações com parceiros por ciúmes, estás a perder apoio; vai‑te ganho que dás perca.
  • Recusar investir em formação para poupar agora pode significar perda de competitividade depois — vai‑te ganho que dás perca.
  • Se resolves avariar o equipamento de alguém por vingança, corres o risco de ficar também sem o serviço; é o típico vai‑te ganho que dás perca.

Variações Sinónimos

  • Quem tudo quer, tudo perde
  • Quem muito abarca, pouco aperta
  • Ganância põe perda
  • Mais vale prevenir do que remediar (em parte relacionado)

Relacionados

  • Quem tudo quer, tudo perde — aviso contra ambição excessiva.
  • Pão nosso de cada dia — (contextos económicos e de subsistência).
  • Mais vale prevenir do que remediar — ênfase na prevenção para evitar perdas.

Contrapontos

  • Quem não arrisca, não petisca — encoraja assumir riscos para obter ganhos; contrapõe a cautela do provérbio.
  • Às vezes é preciso perder alguma coisa para ganhar outra maior — ideia de sacrifício estratégico.
  • Aquele que espera, alcança — sugere paciência e planeamento em vez de evitar todos os riscos.

Equivalentes

  • inglês
    Penny wise, pound foolish (economizar no imediato e perder mais no longo prazo) / Cutting off one's nose to spite one's face (ato autodestrutivo para prejudicar outro)
  • espanhol
    Quien mucho abarca, poco aprieta (quem quer abarcar demais perde eficácia); darse un tiro en el pie (fazer algo que prejudica a si mesmo)