Velhaco não engana velhaco.
Pessoas astutas ou desonestas não se deixam enganar mutuamente; quem tenta ludibriar outro igualmente experiente corre o risco de ser desmascarado.
Versão neutra
Pessoa astuta não engana outra pessoa astuta.
Faqs
- Quando é apropriado usar este provérbio?
Usa-se quando alguém tenta enganar outra pessoa que demonstra ter igual astúcia ou experiência e, por isso, não se deixa enganar. Pode ser dito com tom de aviso, ironia ou humor. - O provérbio desculpa comportamento desonesto?
Não. O provérbio descreve um fenómeno social (reciprocidade de astúcia) mas não legitima enganos ou fraudes. É uma observação, não uma justificação ética. - Tem origem histórica conhecida?
Não há registo de autor ou origem documentada; pertence à tradição oral e à sabedoria popular, tendo variantes regionais.
Notas de uso
- Usa-se quando alguém tenta enganar ou ludibriar outra pessoa com experiência ou astúcia semelhante.
- Pode ter tom de aviso (não te metas com quem conhece as mesmas tretas) ou de ironia (quando um truque falha porque o alvo também é esperto).
- Emprega-se tanto em contextos formais (negócios, negociações) como informais (conversa entre amigos).
- Não justifica comportamento desonesto; descreve uma situação de reciprocidade de astúcia, não uma norma moral.
Exemplos
- Quando o vendedor tentou empurrar um produto de qualidade duvidosa, o comprador devolveu: “Velhaco não engana velhaco” — percebeu a tentativa de aldrabice.
- Na negociação, cada um tentou tirar vantagem, mas nenhum cedeu: velhacos à vista, acordo só quando ficou claro e justo para os dois.
- Disse-lhe com um sorriso: 'Não me comes por parvo — velhaco não engana velhaco', depois de ver o truque que lhe tentaram aplicar.
Variações Sinónimos
- Velhaco não engana outro velhaco
- Quem é astuto não engana outro astuto
- Não se engana um malandro com outro malandro
- Um patife não engana outro patife
Relacionados
- Há gato por lebre (ser enganado)
- Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão (sobre roubos entre ladrões)
- Quem semeia ventos colhe tempestades (consequências de más acções)
Contrapontos
- Nem sempre: há casos em que uma pessoa menos experiente consegue enganar uma mais experiente por descuido ou distração.
- O provérbio descreve observação social, não é justificativo para comportamento desonesto — ser astuto não é sinónimo de certo.
- Em contextos legais e éticos, a experiência de uma parte não a exime de responsabilidade por fraude.
Equivalentes
- English
It takes one to know one / You can't con a con (literal: a rogue won't be fooled by another rogue) - Español
No puedes engañar a un pícaro con artimañas (trad. literal similar); relacionado: 'Ladrón que roba a ladrón tiene cien años de perdón' (sentido diferente) - Français
On ne trompe pas un roublard avec des roublards (tradução literal; equivalente idiomático não muito comum)