A arte consiste em ocultar a arte.

A mestria revela-se quando o trabalho técnico fica invisível: a obra parece natural, sem esforço aparente.

Versão neutra

A verdadeira mestria faz parecer invisível o trabalho técnico por detrás da obra.

O que significa este provérbio em termos práticos?
Significa que a excelência numa actividade mostra-se quando o esforço e a técnica não se notam: o produto final transmite naturalidade e eficácia, sem chamar a atenção para os truques utilizados.
Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se quer elogiar uma obra ou execução que parece simples e espontânea apesar de resultar de grande domínio técnico; também para justificar escolhas que privilegiam a discrição do artificio.
Não é uma ideia elitista ou enganadora?
Pode ser interpretada assim se for usada para desvalorizar o reconhecimento do trabalho. Contudo, também pode ser entendida como valorização da qualidade e da maturidade técnica. O contexto e a intenção ao dizê-lo condicionam a leitura.

Usa-se em contextos estéticos e práticos (arte, literatura, música, design, artesanato) para elogiar trabalhos que parecem espontâneos apesar do domínio técnico.
Serve tanto como elogio (ao resultado) como crítica (quando a atenção ao truque é vista como artificial).
É frequentemente invocado para defender a simplicidade aparente, resultado de muito trabalho e aperfeiçoamento.
Pode ser interpretado como elitista se entendido como desprezo pelo reconhecimento do esforço ou do processo.

No romance, a escrita corre tão natural que se diz que a arte consiste em ocultar a arte: o autor esconde a técnica e revela só a história.
O maestro procurou um som sem ostentação; a sua ideia era que a arte consiste em ocultar a arte, para que o público sinta a música sem distracções técnicas.
Num bom design de interface, a funcionalidade é discreta: aplica-se aqui a máxima de que a arte consiste em ocultar a arte, tornando a experiência fluida.
O artesão repetiu a peça até a emenda desaparecer — a sua intenção era que a arte consistisse em ocultar a arte, mostrando apenas a beleza final.

Algumas correntes artísticas valorizam a exposição do processo, mostrando deliberadamente a técnica e o trabalho.
Em disciplinas como o artesanato tradicional ou o movimento 'faça você mesmo', o reconhecimento do esforço e da técnica é apreciado e visível.
A transparência sobre o processo pode ser ética e pedagógica, sobretudo quando se trata de trabalho coletivo ou de práticas exploratórias.