 A barca passa, mas o rio fica.
		
		A barca passa, mas o rio fica.
					Provérbios Hindus
Acontecimentos ou pessoas podem ser passageiras; o contexto, as circunstâncias ou as consequências duram.
Versão neutra
Os eventos passam, mas o que permanece — as circunstâncias, as instituições ou as consequências — continua.
Faqs
- O que significa exactamente este provérbio?
 Significa que acontecimentos, pessoas ou eventos são muitas vezes passageiros, enquanto o contexto — as circunstâncias, instituições ou as consequências — permanece.
- Quando posso usar este provérbio?
 Use-o para pôr em perspetiva mudanças súbitas (um despedimento, uma alteração política, uma perda) quando quer enfatizar que a vida, a rotina ou as estruturas perduram.
- Tem conotação negativa ou positiva?
 É neutro: pode acalmar e dar perspectiva (positivo) ou, se mal aplicado, justificar indiferença face a problemas que exigem ação (negativo).
- Qual é a origem deste provérbio?
 Trata-se de um provérbio popular de origem incerta; reflete metáforas fluviais comuns em culturas ribeirinhas, mas não há fonte escrita conhecida que determine um autor ou data.
Notas de uso
- Usa-se para relativizar um evento temporário e lembrar que a vida ou as estruturas persistem.
- Aparece em conversas sobre perdas, mudanças pessoais, política ou trabalho para acalmar e colocar em perspetiva.
- Registo: coloquial e proverbial — adequado em discurso informal, comentários escritos e reflexões.
- Não é um convite à passividade: nem sempre o que passa é irrelevante; eventos transitórios podem ter efeitos duradouros.
Exemplos
- Perdeste o emprego, mas lembra-te: a barca passa, mas o rio fica — as oportunidades e a rotina da cidade continuam e novas portas podem abrir-se.
- Quando muda um ministro, a administração e os serviços públicos continuam a funcionar; a barca passa, mas o rio fica.
- Quando a equipa perdeu o jogo, os adeptos lembraram que a barca passa, mas o rio fica — a identidade e a história do clube permanecem.
Variações Sinónimos
- A barca passa, e o rio fica.
- A barca passou, o rio ficou.
- Tudo passa, o rio fica (variação de sentido).
- Barca que passa, rio que fica (forma reduzida).
Relacionados
- Tudo passa
- Não há mal que sempre dure
- Água passada não move moinho (relacionado pela ideia do passado/tempo)
Contrapontos
- Nem sempre o que ‘passa’ é inócuo: acontecimentos passageiros podem deixar marcas permanentes (trauma, mudança estrutural, legislação).
- Em alguns casos, as 'barcas' acumulam efeito: repetidos eventos temporários podem transformar o 'rio'.
- A frase pode encorajar indiferença perante injustiças temporárias que exigem ação para evitar mudanças duradouras.
Equivalentes
- inglês
 The boat passes, but the river remains. (tradução literal; não é um provérbio estabelecido em inglês)
- espanhol
 La barca pasa, pero el río queda. (traducción literal; uso comprensível en contextos hispanófonos)
- francês
 La barque passe, mais le fleuve reste. (traduction littérale)
- alemão
 Das Boot fährt vorbei, der Fluss bleibt. (tradução literal)