A caridade dos outros conosco é gostosa; a nossa para os outros é custosa.
Observa que é fácil aceitar a ajuda alheia com agrado, enquanto oferecer ajuda costuma exigir sacrifício e esforço.
Versão neutra
É agradável receber a ajuda dos outros; costuma ser penoso para nós dar ajuda a terceiros.
Faqs
- Qual é a ideia principal deste provérbio?
Que há uma assimetria psicológica e prática entre aceitar ajuda (que agrada) e dar ajuda (que exige sacrifício), frequentemente usada para criticar falta de reciprocidade. - É um provérbio crítico ou moralizante?
Pode ser ambos: critica a facilidade em aceitar sem corresponder, mas também descreve um facto social — a necessidade de reconhecer o esforço envolvido em dar. - Quando devo usar este provérbio?
Em discussões sobre solidariedade, falha de reciprocidade ou resistência a ajudar, especialmente em registo coloquial e reflexivo. - Este provérbio pode ser ofensivo?
Por si só não é ofensivo, mas pode ser interpretado como julgamento de quem recebe ou como acusação de egoísmo. Usar com cuidado em contextos sensíveis.
Notas de uso
- Tom frequentemente crítico ou irónico: destaca a assimetria entre receber favores e dar.
- Uso comum em conversas quotidianas para comentar injustiças percebidas ou relutância em ajudar.
- Registo: coloquial e proverbiale; adequado em textos reflexivos ou comentários sociais, menos em contextos formais sem explicação.
Exemplos
- Quando se falou em aumentar o apoio à associação, muitos elogiaram quem fazia donativos, mas poucos se voluntariaram — como se diz, a caridade dos outros conosco é gostosa; a nossa para os outros é custosa.
- Na família percebeu-se a diferença: todos apreciavam o cuidado que recebiam, mas poucos aceitavam abdicar de tempo livre para cuidar dos avós — afinal, a caridade dos outros conosco é gostosa; a nossa para os outros é custosa.
Variações Sinónimos
- Gosta-se da caridade alheia; custa dar a nossa.
- Recebe-se com prazer, dá-se com sacrifício.
- É doce receber caridade, amarga fazê-la.
Relacionados
- Mais vale dar do que receber.
- Quem dá aos pobres empresta a Deus.
- Fazer o bem sem olhar a quem.
Contrapontos
- Dar também pode ser fonte de satisfação e sentido: muitas pessoas sentem prazer e realização ao ajudar, pelo que a ajuda nem sempre é 'custosa'.
- A noção de custo varia: com organização e solidariedade, ajudar pode ser menos oneroso e mais sustentável.
- Nem toda recusa a dar é egoísmo; circunstâncias pessoais (limitações de tempo, recursos) podem tornar a ajuda realmente impossível.
Equivalentes
- inglês
Other people's charity towards us is pleasant; our charity towards others is costly. - espanhol
La caridad de los demás hacia nosotros es sabrosa; la nuestra hacia los demás es costosa. - francês
La charité des autres envers nous est agréable; la nôtre envers les autres est coûteuse.