A desestima dos bons dá ousadia aos maus.
Quando as pessoas de bem são desprezadas, ignoradas ou se mantêm inertes, isso encoraja os indivíduos maus a agir com maior ousadia.
Versão neutra
Quando os bons são ignorados ou se calam, os maus tornam-se mais ousados.
Faqs
- O que quer dizer este provérbio, em poucas palavras?
Significa que a indiferença, a desvalorização ou a inação por parte das pessoas de bem permite que os malfeitores se tornem mais audazes e actuem com maior liberdade. - Quando é apropriado usar este provérbio?
É apropriado quando se quer sublinhar a necessidade de intervenção, denúncia ou participação para prevenir abusos — por exemplo, em debates sobre corrupção, bullying ou má gestão institucional. - Este provérbio encoraja a violência contra os maus?
Não. Trata-se de um alerta contra a passividade; não justifica actos ilegais ou violentos. Deve motivar meios legais, organizados e éticos de resposta. - Tem origem conhecida?
Não existe uma fonte clássica para esta formulação exacta. Resume uma ideia muitas vezes associada a Edmund Burke, mas tornou‑se um provérbio de cunho popular.
Notas de uso
- Usa-se para alertar contra a passividade e a indiferença perante injustiças ou más práticas.
- Aparece em contextos sociais, políticos e institucionais como argumento para participação cívica ou intervenção.
- Registo: geralmente formal ou de tom sério; pode ser usado tanto em escrita como em discurso oral.
- Não justifica ações violentas nem pode ser usada como pretexto para ilegalidades; serve sobretudo como chamada à responsabilidade.
- Também se aplica em contextos pessoais (ex.: no local de trabalho, numa família ou num grupo) quando a tolerância permite comportamentos prejudiciais.
Exemplos
- No concelho, a falta de fiscalização às irregularidades permitiu que empresas sem escrúpulos explorassem terrenos protegidos — a desestima dos bons deu ousadia aos maus.
- Os funcionários honestos deixaram de denunciar as práticas ilegais por medo de retaliação; o resultado foi previsível: a desestima dos bons deu ousadia aos maus.
- Quando a população deixou de participar nas assembleias, grupos oportunistas ocuparam os lugares de decisão — prova de que a indiferença dos bons encoraja os maus.
Variações Sinónimos
- A indiferença dos bons encoraja os maus.
- O silêncio dos justos é cumplicidade dos maus.
- O silêncio dos bons dá força aos maus.
- Quando os bons não agem, os maus alargam o seu poder.
Relacionados
- Quem cala consente.
- O silêncio dos justos é permissivo.
- Só os maus prosperam quando ninguém lhes exige conta.
Contrapontos
- Nem sempre intervir directamente é a melhor opção; a prudência, diálogo e ação institucional podem ser mais eficazes do que confrontos impulsivos.
- Em algumas situações, a ação precipitada dos 'bons' pode agravar o conflito ou provocar danos colaterais; há que ponderar meios e fins.
- A responsabilidade coletiva não exclui o respeito pelo devido processo e pela lei; combater o mal deve seguir normas éticas e legais.
Equivalentes
- Inglês
The only thing necessary for the triumph of evil is for good men to do nothing. - Espanhol
La indiferencia de los buenos da valor a los malos. - Francês
Le silence des bons encourage les méchants. - Alemão
Die Untätigkeit der Guten macht den Bösen Mut. - Italiano
L'indifferenza dei buoni dà coraggio ai cattivi.