A fiúza de parentes, não deixes de guarda que merendes.
Aviso a valorizar e guardar as ajudas ou bens vindos de familiares: conserva-os para necessidade futura ou não lhes desperdice confiança.
Versão neutra
Não desprezes nem desperdices as ajudas ou provisões dos familiares; guarda‑as para quando precisares.
Faqs
- O que significa exatamente 'fiúza' neste provérbio?
A palavra 'fiúza' é arcaica ou regional e não tem aceitação padrão no português contemporâneo. No contexto do provérbio interpreta‑se como 'dádiva', 'ajuda' ou 'confiança' de parentes; há alguma incerteza, pelo que o provérbio exige explicação ao público moderno. - Quando é apropriado usar este provérbio hoje?
É apropriado em conselhos sobre prudência financeira doméstica ou sobre o valor das ajudas familiares — por exemplo, quando alguém recebe pequenas provisões e pode ser tentado a gastá‑las imediatamente. - O provérbio incentiva a guardar tudo o que vem da família sem questionar?
Não necessariamente. O provérbio recomenda valorizar e conservar ajudas familiares, mas as notas de uso e os contrapontos salientam que também é importante manter limites, recíproca e não explorar a generosidade.
Notas de uso
- Expressa-se numa linguagem popular/arcaica; hoje exige interpretação para audiências modernas.
- Pode entender‑se em dois sentidos próximos: (a) guardar/valorizar pequenas dádivas ou provisões de parentes; (b) manter e não desperdiçar a confiança ou a boa vontade familiar.
- Usa‑se em contextos de conselho prático — economia doméstica, prudência nas relações familiares — mais do que filosófico.
- Como é regional/arcaico, ao citá‑lo convém contextualizar para ouvintes contemporâneos.
Exemplos
- Quando a avó me ofereceu umas conservas, lembrei‑me do provérbio: guardei‑as para os dias em que estamos mais apertados.
- O tio sempre envia um bocadinho de comida quando vamos visitá‑lo; a mãe dizia: 'A fiúza de parentes, não deixes de guarda que merendes' — não desperdiceis essas ajudas.
Variações Sinónimos
- Não desprezes a ajuda dos parentes.
- Guarda o que te dão os da casa.
- A dádiva de família, conserva‑a para uso.
Relacionados
- Mais vale um pássaro na mão do que dois a voar (valorizar o que já se tem).
- Quem tem padrinho não morre pagão (importância dos apoios familiares ou de conhecidos).
- Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão (contexto de necessidade e gestão doméstica).
Contrapontos
- Não confundir conservação com dependência: guardar uma ajuda não significa depender eternamente dela.
- Evitar que o conselho sirva de desculpa para explorar a generosidade de parentes — reciprocar ou agradecer é importante.
- A confiança familiar deve ser preservada, mas também acompanhada de franqueza e limites para não gerar abusos.
Equivalentes
- inglês
Charity begins at home / A bird in the hand is worth two in the bush (dependendo do foco: família ou valorizar o que se tem). - espanhol
No desprecies lo que te dan en casa / Más vale pájaro en mano que ciento volando.