A gente não come terra, mas a terra come a gente.

A gente não come terra, mas a terra come a gente. ... A gente não come terra, mas a terra come a gente.

Lembra a mortalidade humana e a primazia da terra: por mais que a gente viva e actue, a terra acaba por nos reclamar; pode também avisar contra arrogância e subvalorização do ambiente.

Versão neutra

Não comemos terra, mas a terra acaba por nos comer.

Faqs

  • O que significa este provérbio?
    Significa, em termos gerais, que os seres humanos são finitos e que a terra (ou o ambiente) acaba por nos reclamar; também serve como crítica à arrogância e alerta para as consequências de degradar o solo ou o meio.
  • Quando devo usar este provérbio?
    Use-o em contextos informais para lembrar a inevitabilidade da morte, para advertir sobre o respeito pela natureza ou para censurar atitudes arrogantes. Evite usá-lo como ameaça pessoal.
  • Tem origem religiosa?
    O provérbio ecoa ideias antigas sobre origem e destino humanos presentes em tradições religiosas (por exemplo, «polvo és»), mas é sobretudo uma expressão popular e metafórica, sem origem única documentada.
  • Tem uma leitura ambiental?
    Sim. Pode ler-se como aviso de que a degradação da terra e dos ecossistemas terá repercussões para as pessoas — se a terra 'sofre', acabamos nós por sofrer também.

Notas de uso

  • Provérbio popular, de registo informal e metafórico; usado oralmente e em textos de tom reflexivo.
  • Emprega-se para lembrar a finitude humana (morte) ou para criticar atitudes que desrespeitam a terra/ambiente.
  • Não é uma afirmação literal — é uma imagem: «a terra come a gente» significa que voltamos ao solo ou que a degradação do meio nos prejudica.
  • Adequado em conversas sobre humildade, agricultura, ambiente, ou quando se comenta o destino inevitável das pessoas; evitar como ameaça dirigida a alguém.

Exemplos

  • Quando o grande proprietário desprezou a erosão do solo, o agricultor disse: «A gente não come terra, mas a terra come a gente» — e as colheitas acabaram por falhar.
  • Num debate sobre urbanização desordenada, ouviu-se: «A gente não come terra, mas a terra come a gente», para sublinhar que destruir o ambiente traz consequências para todos.
  • Diante da vaidade do rico que se julga eterno, a avó comentou: «Lembra-te: a gente não come terra, mas a terra come a gente», recordando a inevitabilidade da morte.

Variações Sinónimos

  • Não comemos terra, mas a terra come-nos.
  • A terra acaba por tragar-nos.
  • Da terra viemos e à terra retornamos.
  • Polvo és, e em pó te hás-de tornar.

Relacionados

  • Da terra viemos, à terra iremos.
  • Ashes to ashes, dust to dust (expressão equivalente em inglês).
  • Provérbios sobre humildade e destino: «Quem planta vento colhe tempestade» (uso distinto, mas relacionado em aviso de consequências).

Contrapontos

  • Usado literalmente, o provérbio é impreciso: na prática, não somos 'comidos' pela terra enquanto vivos.
  • Práticas médicas e tecnológicas alteram alguns desfechos tradicionais (ex.: cremação, enterramento em locais preparados).
  • Em contextos urbanos, a imagem pode perder impacto se não for contextualizada para o sentido ambiental ou existencial desejado.

Equivalentes

  • Latim
    Pulvis es et in pulverem reverteris (Polvo és, e em pó hás-de tornar).
  • Inglês
    Dust to dust; ashes to ashes.
  • Espanhol
    Polvo eres y al polvo volverás.
  • Francês
    De la poussière tu es, à la poussière tu retourneras.
  • Alemão
    Aus Staub bist du geworden, zum Staub wirst du zurückkehren.