Em terra onde a gente não vai, banana dá na rama e feijão dá na raiz.
Diz que a ausência, a falta de cuidado ou a indiferença levam a resultados inesperados ou à perda dos benefícios; aplica-se tanto a contextos rurais literais como a situações sociais e organizacionais.
Versão neutra
Onde não há cuidado ou presença, os frutos ficam por colher e as sementes não prosperam.
Faqs
- O provérbio refere-se apenas à agricultura?
Não. Embora use imagens agrícolas, aplica-se a qualquer situação em que a ausência ou a falta de cuidado provoque perdas, desde trabalhos comunitários a projectos profissionais. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Usa-se para advertir contra a negligência ou para explicar por que algo não funcionou por falta de atenção. Evite-o se quiser reconhecer deliberada autonomia ou resultados positivos da ausência. - Tem origem conhecida?
Não há fonte documental clara; trata-se de sabedoria popular com base em observações agrícolas comuns em sociedades rurais.
Notas de uso
- Provérbio de origem rural; evoca imagens agrícolas para transmitir uma ideia social mais ampla.
- Usa-se para criticar negligência, falta de vigilância ou participação insuficiente num projeto, comunidade ou família.
- Pode ser dito com tom de advertência (para incentivar intervenção) ou de constatação resignada (quando o dano já ocorreu).
- Não é pejorativo nem ofensivo por si, mas o contexto de uso pode torná-lo moralizador.
Exemplos
- Na associação de bairro ninguém aparece para organizar as limpezas; em terra onde a gente não vai, banana dá na rama e feijão dá na raiz — depois queixam-se da desordem.
- Se a empresa não acompanha o novo projecto, os concorrentes tomam a dianteira; é o velho princípio: em terra onde a gente não vai, banana dá na rama e feijão dá na raiz.
- Quando a família deixou a horta ao abandono, as plantas cresceram de forma desordenada — exactamente o que significa o provérbio.
Variações Sinónimos
- Onde ninguém cuida, perde-se o fruto.
- Quem não semeia não colhe.
- Em terra sem quem trate, o ganho fica no ramo e a semente na raiz.
Relacionados
- Quem não planta, não colhe.
- A cavalo dado não se olha o dente. (diferença de sentido — mostra contraste entre recepção e responsabilidade)
- Mais vale prevenir do que remediar. (relacionado à ideia de presença e cuidado)
Contrapontos
- Em alguns casos, a ausência pode permitir autonomia ou inovação: deixar agentes locais experimentar pode gerar soluções inesperadas.
- Nem toda falta de presença é negativa — quando existe confiança e delegação eficaz, a participação directa pode não ser necessária.
Equivalentes
- inglês
You reap what you sow / If you don't go, you don't get the fruit (aproximações idiomáticas). - espanhol
Quien no siembra no cosecha. - francês
On récolte ce que l'on sème.