A quem o mal aproveita, contra esse vai a suspeita
A quem o mal aproveita, contra esse vai a suspeita
Quando alguém beneficia de um dano ou prejuízo alheio, tende-se a suspeitar que essa pessoa tenha sido responsável ou conivente com o acontecimento.
Versão neutra
Quem beneficia de um prejuízo alheio torna-se naturalmente alvo de suspeita.
Faqs
Este provérbio prova que alguém é culpado? Não. Indicar que alguém beneficia de um mal suscita suspeita, mas não constitui prova. É um ponto de partida para investigação, não uma conclusão.
É apropriado usar este provérbio em processos judiciais? Em termos legais, a expressão pode orientar linhas de investigação ('cui bono?'), mas decisões judiciais exigem provas materiais e testemunhais, não apenas suspeitas.
Quando o provérbio é enganador? É enganador quando confunde coincidência com causalidade, quando há múltiplos beneficiários possíveis ou quando a pessoa beneficiada desconhecia o acontecimento que lhe trouxe vantagem.
Notas de uso
Funciona como uma regra de prudência social e interrogativa, não como prova de culpa.
É frequentemente invocado em conversas informais, no jornalismo e em investigações preliminares para orientar perguntas (por exemplo, 'quem beneficia?').
Deve ser usado com cautela em contextos legais: suscitar suspeita não substitui a necessidade de prova e pode conduzir a injustiças se tomado como argumento único.
Relaciona-se com a ideia latina 'cui bono?' (a quem beneficia?), usada em direito e jornalismo.
Exemplos
Após a falência da pequena empresa, a concorrente que cresceu nesse mercado foi logo lembrada pelo provérbio: 'A quem o mal aproveita, contra esse vai a suspeita'.
Quando a obra pública foi atribuída a uma empresa ligada a um político, a população repetiu o provérbio para expressar desconfiança, exigindo investigação antes de tirar conclusões.
No debate sobre a fuga de capitais, vários comentadores aplicaram a máxima para perguntar quem ganhou com a desvalorização.
Variações Sinónimos
Quem lucra com a desgraça é suspeito
Cui bono?
A quem beneficia o mal, dele se desconfia
Relacionados
Onde há fumo, há fogo
Culpa de quem beneficia
Quem semeia vento colhe tempestade (no sentido de consequências previsíveis)
Contrapontos
Beneficiar de um evento não prova participação ou culpa; pode haver coincidência ou ganho legítimo posterior.
Suscitar suspeita sem provas pode gerar difamação e violar a presunção de inocência em contextos jurídicos.
Em casos complexos há múltiplos beneficiários possíveis, pelo que a pergunta 'quem beneficia?' é apenas o primeiro passo de uma investigação.