A traição agrada, mas não o traidor.

A traição agrada, mas não o traidor.
 ... A traição agrada, mas não o traidor.

Indica que os benefícios resultantes de uma traição podem ser aceites ou apreciados por terceiros, mesmo quando a pessoa que trai é desprezada ou censurada.

Versão neutra

Os benefícios de uma traição podem ser apreciados, embora o traidor seja desprezado.

Faqs

  • Significa que a traição é aceitável?
    Não. O provérbio aponta uma distinção social: o benefício da traição pode ser aceite, mas isso não implica aprovação moral do acto nem do traidor.
  • Quando é apropriado usar este provérbio?
    Quando se quer destacar a hipocrisia ou a ambivalência de uma reação colectiva que valoriza resultados obtidos de forma desonesta, mas condena quem os provocou.
  • Pode ser usado para justificar a vingança contra o traidor?
    Não. O provérbio descreve uma observação social, não uma norma para agir. Não legitima retaliações nem actos ilegais.

Notas de uso

  • Diz-se quando o resultado de uma ação desonesta é valorizado, mas quem a praticou é alvo de reprovação.
  • Usado para distinguir entre julgar consequências (frutos) e julgar o agente (autor).
  • Aplica-se em contextos políticos, empresariais e pessoais onde há separação entre utilidade e moralidade.
  • Não funciona como justificação moral da traição; serve antes para apontar hipocrisia ou ambivalência social.

Exemplos

  • A empresa cresceu com os dados vazados e os clientes beneficiaram-se, mas toda a gente criticou quem divulgou — a traição agrada, mas não o traidor.
  • No futebol, alguns adeptos aplaudiram a transferência que renovou a equipa; outros condenaram o jogador que negociou por trás das costas — a traição agrada, mas não o traidor.
  • Quando o segredo foi revelado, muitos agradeceram a transparência; porém o informador foi excluído socialmente.

Variações Sinónimos

  • Ganha-se com a traição, despreza-se o traidor.
  • A traíção traz vantagens, mas envergonha quem a faz.
  • Reaproveita-se o fruto, condena-se o autor.

Relacionados

  • Os fins não justificam os meios (tema da distinção entre resultado e método).
  • Hipocrisia social: aceitar resultados sem aceitar quem os causou.

Contrapontos

  • Os fins justificam os meios (visão oposta que prioriza o resultado sobre a ação).
  • Quem faz o mal, colhe o mal (enfatiza responsabilidade do agente em vez da utilidade do resultado).

Equivalentes

  • inglês
    Betrayal may be welcomed, but not the betrayer.
  • espanhol
    La traición agrada, pero no al traidor.
  • francês
    La trahison plaît, mais pas le traître.