Diz que quem beneficia ou representa uma traição recebe compensação ou reconhecimento, enquanto o executante (o traidor) fica sem recompensa ou sem reconhecimento.
Versão neutra
Paga‑se quem beneficia da traição, mas não quem a executa.
Faqs
Quando é apropriado usar este provérbio? É apropriado em análises críticas de decisões políticas ou institucionais em que se identifica favorecimento a quem lucra com actos repreensíveis, ou como comentário sobre injustiça percebida.
O provérbio acusa alguém directamente de traição? Não necessariamente; funciona como comentário geral sobre dinâmicas de benefício e injustiça. No entanto, usado contra pessoas concretas pode ser interpretado como acusação e deve ser evitado sem provas.
É um provérbio literal ou metafórico? Metafórico. Refere‑se a situações sociais e políticas, não a pagamentos reais ou a um rei literal na maioria dos usos.
Notas de uso
Usa‑se para criticar justiça selectiva ou dupla moral, quando os superiores ou beneficiários saem favorecidos e os intervenientes ficam desamparados.
Tom frequentemente irónico ou censurador; serve também como advertência sobre a ingratidão ou a falta de lealdade das autoridades para com quem executa actos questionáveis.
Registo: coloquial a semi‑formal. Adequado em comentários políticos, análises históricas populares e discussões sobre ética laboral ou institucional.
Não deve ser usado como acusação directa sem provas, porque implica traição e pode ser difamatório.
Exemplos
Depois da mudança de poder, o ministro que se aliou aos vencedores foi promovido — paga‑se o rei da traição, mas do traidor não, comentou um jornalista.
No escritório ouviu‑se que a gerência recompensou quem tirou partido das informações internas, enquanto o funcionário que as partilhou foi despedido: paga‑se o rei da traição, mas do traidor não.
Variações Sinónimos
Paga‑se ao beneficiário da traição, não ao traidor.
Quem recebe pela traição é pago; o traidor fica sem recompensa.
Não se paga o traidor; paga‑se quem lucra com a traição.
Relacionados
Crítica à impunidade
Dupla moral
Traição e recompensa
Justiça selectiva
Contrapontos
Nem sempre é assim: em muitos casos o traidor também é punido ou recompensado, dependendo da situação e dos interesses em jogo.
A ideia pressupõe uma distinção clara entre beneficiário e executor; por vezes ambos são recompensados ou ambos punidos.
A expressão simplifica dinâmicas complexas de poder e pode ignorar consequências legais ou morais para o beneficiário.
Equivalentes
Inglês Literal: 'They pay the king of the treason, but not the traitor.' Equivalent idea: criticising selective reward for beneficiaries rather than perpetrators.
Espanhol Se paga al beneficiario de la traición, pero no al traidor. (Tradução literal; no existe um provérbio idêntico e conciso em espanhol.)
Francês On paie le bénéficiaire de la trahison, pas le traître. (Tradução literal; conceito semelhante a 'les puissants profitent, les exécutants se démerdent'.)