Ama el-rei a traição e o traidor não.
Os detentores do poder beneficiam actos desleais que lhes favorecem, mas rejeitam e castigam quem os pratica.
Versão neutra
O soberano aprecia a traição quando isso o beneficia; contudo não ama quem a pratica.
Faqs
- O que significa este provérbio?
Significa que quem detém o poder tende a aceitar ou aproveitar actos desleais quando esses actos o beneficiam, mas não tem afeição pelo indivíduo que os cometeu. - Este provérbio elogia a traição?
Não. Tem um tom crítico e descritivo: denuncia uma hipocrisia do poder, não encoraja a traição. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se quer comentar situações em que um poder ou instituição aceita os resultados de actos desleais que o favorecem, enquanto pune ou rejeita o autor desses actos. - Qual é a origem desta expressão?
Trata‑se de um provérbio popular de origem arcaica em português; a forma 'el‑rei' indica antiguidade, mas não há documentação segura que atribua a expressão a uma fonte específica.
Notas de uso
- Usa-se para criticar situações em que o sistema ou pessoa no poder aceita ou aproveita de uma traição, enquanto o autor dessa traição é excluído ou punido.
- Tem um tom cínico e descritivo: aponta uma contradição moral entre o interesse do poderoso e o destino do traidor.
- Pode aplicar‑se em contextos políticos, administrativos ou organizacionais; não é um louvor à traição, antes uma observação sobre hipóteses de hipocrisia do poder.
- Forma arcaica: 'el‑rei' sinaliza que o provérbio é antigo; em discurso moderno costuma adaptar‑se para 'o rei'.
Exemplos
- Num governo que se aproveita de intrigas para consolidar poder, um observador comentou: 'Ama el‑rei a traição e o traidor não', ao ver o conspirador ser depois expulso.
- Numa empresa onde a administração elogia a fuga de informação que serviu interesses da direção, mas demite o empregado que a divulgou, a situação ilustra bem o provérbio: 'Ama el‑rei a traição e o traidor não'.
- Ao assistir a uma mudança de favores entre facções, disse‑se que o provérbio aplicava‑se: o acto que beneficia quem está no topo é aceite, mas o autor é sacrificado.
Variações Sinónimos
- O rei gosta da traição, não do traidor.
- O poder aprecia o acto, não quem o pratica.
- Ao soberano serve a traição; quem a comete, não.
Relacionados
- O poder corrompe (aforismo próximo por criticar mecanismos do poder).
- Aos poderosos tudo se perdoa (dizer popular sobre impunidade dos poderosos).
- Os fins justificam os meios (expressão com afinidade temática, embora distinta).
Contrapontos
- A traição é moralmente censurável independentemente dos benefícios que traga a um soberano ou a um grupo.
- A lei e a ética devem punir actos desleais, mesmo que beneficiem interesses de quem detém o poder.
- Nem sempre o poder aprova a traição; há casos em que a traição é igualmente censurada e punida pelo soberano.
Equivalentes
- English
Literal: 'The king loves treason, not the traitor.' Paraphrase: Those in power may benefit from treacherous acts while disowning or punishing the perpetrators. - Español
Literal: 'Al rey le gusta la traición, no el traidor.' (Traducción directa; no hay un refrán español exacto con la misma formulación popularizada.) - Français
Literal: 'Le roi aime la trahison, pas le traître.' (Traduction littérale; sentido: le pouvoir profite de l'acte sans aimer l'auteur.)