A ventura que se realiza deixa de o ser.

A ventura que se realiza deixa de o ser.
 ... A ventura que se realiza deixa de o ser.

Quando algo depende do acaso, enquanto não acontece é 'ventura' (sorte); ao concretizar-se, deixa de ser acaso e passa a ser um facto.

Versão neutra

Quando a sorte se concretiza, deixa de ser sorte.

Faqs

  • O que quer dizer, em poucas palavras?
    Que aquilo que era mera possibilidade ou acaso deixa de ser apenas hipótese quando se concretiza: passa a ser um facto.
  • Quando é apropriado usar este provérbio?
    Ao comentar situações em que se quer salientar a diferença entre esperar algo e tê‑lo de facto; também como advertência para não depender exclusivamente da sorte.
  • É um provérbio pessimista?
    Não necessariamente; é mais analítico do que emocional — descreve uma mudança de estatuto (de ventura para facto) sem predeterminar se isso é bom ou mau.

Notas de uso

  • Usa‑se para sublinhar a diferença entre possibilidade/incerteza e realidade efetiva.
  • É habitual em contextos reflexivos ou filosóficos sobre sorte, destino e resultado.
  • Tom neutro; pode ser interpretado como advertência contra contar com a sorte antes do evento.
  • Não implica necessariamente um juízo de valor sobre o acontecimento — refere sobretudo a uma mudança de estatuto (de hipótese para facto).

Exemplos

  • Diziam que seria um golpe de sorte, mas agora que o contrato foi assinado, a ventura deixou de o ser: é um facto consumado.
  • Podemos sonhar com a promoção, mas enquanto não for oficial é apenas ventura; se for confirmada, deixa de ser ventura.

Variações Sinónimos

  • A sorte que se concretiza deixa de ser sorte.
  • Quando a ventura acontece, deixa de o ser.
  • O acaso perde‑se quando se realiza.
  • A fortuna que se materializa deixa de ser fortuna.

Relacionados

  • Quem não arrisca não petisca
  • A sorte favorece os audazes
  • Não conte com a sorte antes de a ter

Contrapontos

  • Pode argumentar‑se que a realização não anula a origem fortuita do evento — continuar-se‑á a considerá‑lo fruto do acaso, ainda que agora seja um facto.
  • Em contextos morais ou estéticos, algumas pessoas valorizam a 'ventura' mesmo depois de realizada, pelo seu componente maravilhoso ou imprevisível.
  • Algumas interpretações veem o provérbio como conservador — reduz a importância do que foi conseguido ao ‘já não ser sorte’ — quando, para muitos, o resultado continua a ter valor próprio.

Equivalentes

  • English
    The luck that comes true ceases to be luck.
  • Español
    La fortuna que se realiza deja de ser fortuna.
  • Français
    La chance qui se réalise cesse de l'être.
  • Latim (tradução livre)
    Fortuna quae fit, non iam fortuna est.