Ainda que enterrem a verdade, não sepultam a virtude.
Mesmo que a verdade seja encoberta ou esquecida, a virtude — entendida como integridade, boas ações ou honra — permanece e tende a ser reconhecida ou a exercer efeito moral.
Versão neutra
Pode‑se encobrir a verdade, mas não se pode sepultar a virtude.
Faqs
- Este provérbio é de origem religiosa?
Não necessariamente. Embora o conteúdo moral e a linguagem possam aparecer em contextos religiosos, o provérbio é de natureza popular e ética, usado tanto em discursos religiosos como seculares. - Quando é apropriado usar este provérbio?
É apropriado ao consolar alguém vítima de calúnia, ao comentar tentativas de ocultação de factos ou ao enfatizar que a integridade de uma pessoa perdura apesar de esforços de encobrimento. - Significa isto que a verdade nunca fica enterrada?
Não. O provérbio sublinha uma ideia ética: a virtude mantém o seu valor ainda que a verdade seja encoberta. Na prática, a verdade pode ser suprimida por longos períodos; o ditado apela mais à esperança moral do que funciona como garantia factual. - Qual o registo adequado (formal/informal)?
O registo é sobretudo formal ou literário; funciona bem em escritos, discursos e reflexões. Em conversas informais pode soar pomposo.
Notas de uso
- Usa‑se para consolar vítimas de calúnia ou de ocultação de factos, sublinhando que a bondade e a rectidão persistem mesmo quando a verdade é silenciada.
- Emprega‑se em discursos morais, sermões, e textos com tom reflexivo; tem registo formal e literário, não sendo usual em linguagem técnica.
- Serve também como crítica indirecta a quem tenta ocultar factos: insinua que a manipulação factual não elimina o valor das ações virtuosas.
- Não é adequado para justificar a passividade perante injustiças prolongadas; é uma afirmação ética mais do que uma garantia factual imediata.
Exemplos
- Mesmo depois das tentativas de difamar o director, os antigos colegas lembraram as suas atitudes generosas — ainda que enterrem a verdade, não sepultam a virtude.
- Na revisão histórica, muitos factos foram escondidos, mas as ações de solidariedade daquela comunidade mantiveram‑se reputadas: mostra‑se que, por vezes, 'ainda que enterrem a verdade, não sepultam a virtude'.
- Quando a investigação provou que tinham mentido sobre os acontecimentos, o público percebeu que o altruísmo da vítima não fora em vão — a máxima aplicava‑se: não se sepulta a virtude.
Variações Sinónimos
- Mesmo que enterrem a verdade, não conseguem enterrar a virtude.
- Podem ocultar a verdade, mas não apagam a virtude.
- A verdade pode ser escondida, a virtude permanece.
Relacionados
- A verdade aparece sempre.
- As boas ações ficam para sempre.
- A verdade vem ao de cima.
- O tempo trata de tudo.
Contrapontos
- Em situações de poder intenso, a verdade pode ser silenciada por longos períodos e a memória de actos virtuosos pode ser apagada ou marginalizada.
- Nem sempre a virtude é reconhecida publicamente; boas ações podem permanecer anónimas e sem reparação.
- Apelar apenas a esta máxima pode levar à inação: é necessário expor injustiças e procurar reparação, não apenas confiar que a virtude sobreviverá passivamente.
Equivalentes
- Inglês
You can bury the truth, but you cannot bury virtue. - Espanhol
Aunque entierren la verdad, no sepultan la virtud. - Francês
On peut enterrer la vérité, mais pas la vertu. - Latim (tradução aproximada)
Etiamsi veritas sepelitur, virtus non sepelietur.