Aldeã é a galinha, e come‑a o de Coimbra

Aldeã é a galinha, e come-a o de Coimbra.
 ... Aldeã é a galinha, e come-a o de Coimbra.

O que pertence à comunidade rural acaba por ser usufruído por alguém de fora (frequentemente da cidade); crítica à apropriação externa dos recursos locais.

Versão neutra

A galinha pertence à aldeia, mas quem a come é alguém de Coimbra.

Faqs

  • O que significa este provérbio?
    Significa que bens ou frutos gerados localmente acabam por ser consumidos ou apropriados por pessoas de fora, ilustrando uma crítica social sobre quem realmente beneficia.
  • É ofensivo dizer este provérbio?
    Depende do contexto. É um comentário crítico sobre práticas económicas; contudo, pode ser sentido como pejorativo por quem é identificado com a cidade mencionada. Evite‑o em contextos formais ou sensíveis.
  • Quando é apropriado usar esta expressão?
    Quando se pretende criticar, de forma informal, situações em que os produtores locais não ficam com os benefícios do seu trabalho ou quando se comenta a assimetria entre zonas rurais e urbanas.
  • Qual é a origem deste provérbio?
    É um provérbio popular português com referência regional a Coimbra; a origem histórica precisa é desconhecida e provavelmente oral.

Notas de uso

  • Usado de forma figurada para lamentar que intermediários ou pessoas de fora beneficiem do trabalho ou bens do campo.
  • Tom geralmente irónico ou crítico; pertence ao registo informal e regional.
  • Pode ser entendido como comentário social sobre desigualdades entre zonas rurais e urbanas.
  • Evitar em contextos formais ou quando se pretende evitar estigmatizar habitantes de Coimbra ou de cidades em geral.

Exemplos

  • Na assembleia da comunidade, os produtores queixaram‑se que os lucros iam todos para os intermediários da cidade: 'Aldeã é a galinha, e come‑a o de Coimbra'.
  • Quando a produção local terminou nas prateleiras de supermercados urbanos, o vizinho resumiu a situação com o provérbio: 'A galinha é da aldeia, mas come‑a o de Coimbra.'
  • Usado em sentido literal: a galinha criada na aldeia foi vendida no mercado da cidade e finalmente comida por quem não participa na criação.

Variações Sinónimos

  • A galinha é da aldeia, e come‑a o homem da cidade.
  • O campo cria e a cidade come.
  • A galinha da aldeia vai para a mesa do da cidade.

Relacionados

  • O campo dá e a cidade leva (dito popular)
  • Quem semeia espera colher — reflexão sobre quem beneficia do trabalho
  • Crítica às cadeias de distribuição que desfavorecem o produtor local

Contrapontos

  • Quem cultiva e cuida merece ser o primeiro a usufruir dos frutos do seu trabalho.
  • Intermediários podem acrescentar valor (comercialização, conservação), justificando parte dos lucros.
  • Parcerias locais e cooperativas podem evitar que o benefício saia da comunidade.

Equivalentes

  • inglês
    The hen belongs to the village, but the man from Coimbra eats it.
  • espanhol
    La gallina es del pueblo, pero la come el de Coimbra.