Ameaça muitos, quem afronta um.
Quando se afronta ou prejudica uma pessoa, pode-se provocar a oposição ou retaliação de muitas outras.
Versão neutra
Quem afronta uma pessoa arrisca-se a enfrentar a oposição de muitas.
Faqs
- Quando é apropriado usar este provérbio?
É apropriado quando se quer alertar para as consequências de afrontar alguém que tem apoio ou ligações, ou para recordar a importância da solidariedade coletiva. - Significa que toda afronta gera sempre oposição em massa?
Não. O provérbio generaliza um risco sociológico: muitas afrontas provocam reacções alargadas, mas o resultado depende do contexto, da visibilidade do acto e da força das redes de apoio. - Tem conotação política?
Pode ser usada em contexto político para alertar contra repressões que mobilizam apoiantes, mas também se aplica a conflitos pessoais, profissionais e comunitários. - Qual é a origem histórica desta expressão?
A origem exacta não está documentada; trata-se de uma expressão de tradição oral baseada em princípios de solidariedade e defesa colectiva.
Notas de uso
- Adverte contra subestimar as ligações e alianças sociais de uma pessoa antes de a confrontar.
- Usa-se para justificar cautela em ações de intimidação, discriminação ou perseguição.
- Aplica-se em contextos familiares, laborais, políticos e comunitários onde existe solidariedade.
- Não implica força automática: depende das circunstâncias, do poder dos afetados e da cultura local.
Exemplos
- No escritório, o gestor percebeu que demitir o funcionário mais visado seria arriscado — ameaça muitos, quem afronta um, porque os colegas se uniram em defesa dele.
- Antes de perseguir um líder comunitário, o partido devia pensar bem: ameaça muitos, quem afronta um — podia desencadear protestos e perda de apoio.
Variações Sinónimos
- Quem afronta um, afronta muitos.
- Quem toca num, toca em todos.
- Se tocam num, tocam em todos.
Relacionados
- Um por todos, todos por um
- Quem semeia ventos colhe tempestades
- Não se mexe com a teia do outro sem perigo
Contrapontos
- Em sistemas jurídicos ou institucionais, uma afronta a uma pessoa pode ser tratada individualmente sem mobilização popular.
- Quando a vítima é isolada socialmente, a reacção de terceiros pode ser reduzida ou inexistente.
- Em situações de repressão severa, a solidariedade pode existir mas não resultar em oposição efectiva.
Equivalentes
- inglês
Strike one, and you strike all / If you hurt one of us, you hurt us all. - espanhol
Si tocan a uno, nos tocan a todos. - francês
Qui touche à un touche à tous.