Ao bom cavalo, espora; ao bom escravo, açoite.

Ao bom cavalo, espora; ao bom escravo, açoite.
 ... Ao bom cavalo, espora; ao bom escravo, açoite.

Mesmo quem é competente ou valioso precisa de estímulos ou de pressões para manter o desempenho; históricamente justifica disciplina mesmo sobre serviçais ou animais eficazes.

Versão neutra

Ao bom cavalo, estímulo; ao trabalhador competente, incentivo.

Faqs

  • Este provérbio ainda é aceitável hoje?
    Como expressão histórica ou para análise literária pode ser referida, mas é sensível e potencialmente ofensiva. Evite usar sem contextualização; prefira versões neutras que falem em incentivos em vez de punição.
  • O que significa na prática para gestão de pessoas?
    Interpreta-se como a ideia de que até os melhores necessitam de estímulos para manter o desempenho. Em práticas modernas de gestão, isto traduz-se por definição clara de objetivos, feedback e reconhecimento, e não por coerção física ou humilhação.
  • Tem origem em época de escravatura?
    Provavelmente sim: a formulação refere-se explicitamente a 'escravos' e a instrumentos de coacção, indicando origem em sociedades onde a escravatura e a punição física eram normalizadas.
  • Há alternativas menos controversas?
    Sim. Por exemplo: «Ao bom trabalhador, incentivo» ou «Quem é capaz precisa de responsabilidade e reconhecimento» preservam a intenção sem recorrer a imagens de violência.

Notas de uso

  • Forma arcaica e potencialmente ofensiva: alude explicitamente a escravatura e punição física.
  • Hoje é frequentemente usado de forma figurada para indicar que é preciso pressionar ou motivar mesmo quem já cumpre bem a sua função.
  • Devido ao conteúdo sensível, deve ser evitado em contextos profissionais ou públicos sem clarificação ou ironia.
  • Pode ser citado como comentário crítico sobre práticas históricas de exploração ou para ilustrar atitudes autoritárias.

Exemplos

  • O director disse, um pouco à antiga: «Ao bom cavalo, espora; ao bom escravo, açoite», mas a equipa preferiu políticas de reconhecimento em vez de pressão constante.
  • Usou o provérbio de forma irónica para criticar o chefe: não é justificável castigar ou explorar quem já faz bem o trabalho.
  • Num contexto histórico, a frase descrevia a mentalidade de quem acreditava que disciplina física mantinha a produtividade, hoje inaceitável em termos éticos.

Variações Sinónimos

  • Ao bom cavalo, espora; ao bom escravo, açoite (forma curta e literal)
  • Al buen caballo, espuelas; al buen esclavo, azotes (variante em espanhol)
  • Ao bom cavalo, estímulo; ao bom trabalhador, incentivo (versão suavizada)

Relacionados

  • A quem muito é dado, muito se exige (ideia de maior exigência a quem tem mais capacidade)
  • Quem trabalha, que coma (norma tradicional sobre trabalho e recompensa)
  • Espantar com lenha pouca (metáfora sobre pressão para obter resultados)

Contrapontos

  • Quem bem semeia, bem colhe (ênfase na recompensa em vez da punição)
  • Trata bem quem bem serve (defende reconhecimento em vez de coacção)
  • Não bater em quem já está no chão (princípio contra agravar injustiças)

Equivalentes

  • Espanhol
    Al buen caballo, espuelas; al buen esclavo, azotes.
  • Inglês (tradução e comparação conceitual)
    To a good horse, spurs; to a good slave, the whip. (Expresses a similar idea to 'Spare the rod, spoil the child' in termos de defesa da disciplina.)
  • Francês
    Au bon cheval, les éperons; au bon esclave, le fouet. (Tradução literal usada em contextos históricos.)

Provérbios