Aonde irá o boi que não lavre, pois que sabe?
Sublinha que o saber ou a capacidade só têm valor quando são postos em prática; quem tem aptidão e não a usa não prospera.
Versão neutra
Para onde irá o boi que, sabendo lavrar, não o faz?
Faqs
- O que significa este provérbio em linguagem simples?
Significa que saber ou ter aptidão só é útil quando se aplica na prática; quem não usa a sua capacidade dificilmente avança. - Posso usar este provérbio num contexto profissional?
Sim, é frequente em contextos profissionais para incentivar a acção; porém, use-o com cuidado para não parecer acusatório. - É um provérbio ofensivo?
Não é intrinsecamente ofensivo, mas pode ser interpretado como censura se dirigido a alguém que não age por motivos válidos (saúde, falta de recursos). - Qual é a origem deste provérbio?
É de origem popular e rural em língua portuguesa; a origem exacta é incerta, fruto da tradição oral ligada à agricultura.
Notas de uso
- Usa-se para criticar a inação de alguém que tem capacidade, talento ou meios para agir.
- Funciona bem em contextos laborais, educativos ou familiares quando se quer incentivar aplicação prática.
- Pode soar moralizadora ou censuradora; cuidado ao usar com pessoas em situações de saúde, sobrecarga ou exclusão social.
- Tem tom proverbial e por vezes jocoso; adapta-se a conversas informais e textos que recorram a linguagem tradicional.
Exemplos
- Disse-lhe: «Aonde irá o boi que não lavre, pois que sabe?» — estava a apontar que tinha talento para o trabalho e o deixava perder.
- Numa reunião de equipa, alguém comentou o colega que recusa responsabilidades: «Isto é o típico aonde irá o boi que não lavre, pois que sabe?»
- Num texto reflexivo sobre educação: «Ter conhecimentos não chega; aonde irá o boi que não lavre, pois que sabe? É preciso pôr em prática.»
Variações Sinónimos
- Para onde vai o boi que não lavra, se sabe lavrar?
- Onde irá o boi que não lavra?
- Quem sabe e não faz, pouco aproveita (variação de sentido).
- Quem não semeia não colhe (relacionado em sentido prático).
Relacionados
- Quem não trabalha não come.
- Quem não semeia, não colhe.
- Saber fazer e não fazer é perder a arte.
Contrapontos
- Nem sempre a inação significa desperdício de capacidade: pode dever-se a problemas de saúde, falta de oportunidades ou condições injustas.
- A pressão para «usar» sempre o talento pode desvalorizar o direito ao descanso, à escolha de não exercer certas capacidades ou a prioridades pessoais.
- Aplica-se melhor a contextos em que existe liberdade para agir; quando há exploração ou falta de acesso, a crítica não é apropriada.
Equivalentes
- inglês
What use is knowledge if it isn't put to work? (literal equivalent: Where will the ox go that won't plough, though it knows?) - espanhol
¿Adónde irá el buey que no ara, si sabe? (equivalente literal e sentido parecido) - francês
Où ira le bœuf qui ne laboure pas, s’il sait faire ? (equivalente literal; ideia: le savoir sans action é inutile)