As aparências exteriores ou o comportamento visível não revelam, por si só, a totalidade da pessoa; a essência, motivações e circunstâncias podem ser diferentes do que se observa.
Versão neutra
O que se vê numa pessoa não é a pessoa.
Faqs
O que quer dizer exactamente este provérbio? Significa que a imagem exterior, as acções visíveis ou uma primeira impressão não revelam necessariamente a verdadeira natureza, as intenções ou as circunstâncias de alguém.
É um provérbio antigo? Qual a sua origem? Não há uma origem documentada específica para esta versão; é uma formulação popular de uma ideia presente em muitas culturas: desconfiar das aparências. Podem existir variantes em literatura e tradição oral.
Posso usar‑lo hoje em dia sem soar antiquado ou sexista? Sim, é compreendido, mas se se pretende neutralidade de género, prefira «pessoa» em vez de «homem». O sentido mantém‑se e fica mais alinhado com linguagem inclusiva contemporânea.
Quando não convém aplicar este provérbio? Não convém usá‑lo para desvalorizar provas objectivas ou para justificar a tolerância de comportamentos nocivos repetidos. É um convite à prudência, não uma regra absoluta.
Notas de uso
Emprega‑se para alertar contra julgamentos precipitados com base na aparência, no estatuto social ou em atitudes momentâneas.
Registo: neutro; usado tanto em linguagem coloquial como em textos de carácter reflexivo e moral.
Pode ser adaptado para linguagem inclusiva (por exemplo, «o que se vê numa pessoa não é a pessoa»).
Não deve servir para invalidar evidências objectivas: é um lembrete para considerar contexto e profundidade, não uma desculpa para ignorar factos relevantes.
Exemplos
Ao entrevistar candidatos, o diretor lembrou‑se de que aquilo que se vê numa pessoa não é a pessoa e apagou preconceitos baseados na aparência.
Nas redes sociais, tendemos a acreditar em imagens polidas, mas este provérbio recorda que aquilo que se vê do homem, não é o homem: há sempre mais por trás.
Quando a vizinhança comentava que ele parecia frio, a Maria disse: «nem tudo o que se vê é tudo o que há» — apetecia‑lhe conhecer a história dele antes de julgar.
Variações Sinónimos
O que se vê não é tudo
As aparências enganam
Nem tudo o que reluz é ouro
Não julgueis pela capa
Relacionados
Não julgues um livro pela capa
As aparências iludem
A essência não cabe na aparência
Contrapontos
Em contextos profissionais (p. ex. segurança, medicina), sinais visíveis e comportamento podem ser relevantes e não convém subestimá‑los.
Por vezes a observação cuidada das acções e do comportamento fornece informações fiáveis sobre o carácter; o provérbio não invalida a importância de provas consistentes.
O uso indevido do provérbio pode levar a minimizar comportamentos prejudiciais ou a desculpar atitudes repetidas sem análise crítica.
Equivalentes
Inglês Don't judge a book by its cover / Appearances can be deceiving
Espanhol No juzgues un libro por su portada / Las apariencias engañan
Francês L'habit ne fait pas le moine / Les apparences sont trompeuses