Barco perdido dá à costa.
Expressa a ideia de que situações perdidas, pessoas que se afastaram ou coisas que pareciam irrecuperáveis acabam por encontrar uma solução, aparecer ou ser encontradas.
Versão neutra
O que se perde acaba por dar à costa.
Faqs
- O provérbio significa que tudo o que se perde será sempre recuperado?
Não necessariamente. É uma fórmula popular que indica tendência ou esperança de resolução. Em muitas situações a recuperação depende de factores externos e da ação humana, pelo que não é garantia. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Em conversas informais para consolar alguém, ao comentar situações em que o tempo ou a sorte podem resolver algo, ou ao falar de objectos que podem reaparecer. Evite em textos técnicos, jurídicos ou quando for necessária precisão. - Tem origem marítima?
Provavelmente sim — a imagem do barco à deriva e da costa é marítima e comum nas comunidades costeiras. A origem exacta não está documentada de forma precisa.
Notas de uso
- Usado em registos coloquiais para consolar ou relativizar perdas e ausências.
- Implica uma visão de inevitabilidade ou de resolução natural dos problemas; não garante resultado positivo imediato.
- Adequado para conversas informais; evitar em contextos técnicos ou jurídicos onde precisão factual é necessária.
- Pode aplicar‑se a objetos perdidos (literalmente) e a situações figuradas, como pessoas que regressam ou problemas que se resolvem com o tempo.
Exemplos
- Perdemos o veleiro durante a tempestade, mas pouco tempo depois o barco perdido deu à costa numa enseada e foi recuperado.
- Depois de meses sem notícias, ele acabou por voltar — como se costuma dizer, barco perdido dá à costa; nem tudo se perde para sempre.
- Quando o projecto parecia fracassar, surgiram soluções inesperadas: às vezes é verdade que as coisas perdidas acabam por dar à costa.
Variações Sinónimos
- Barco à deriva acaba por dar à costa.
- O que se perde acaba por aparecer na praia.
- Coisa perdida aparece à margem.
Relacionados
- Tudo acaba por se resolver
- O tempo trata de tudo
- Nem tudo se perde para sempre
Contrapontos
- Nem tudo o que se perde é recuperável — o provérbio pode dar uma falsa segurança em situações irreversíveis.
- Não deve servir de desculpa para negligência: esperar que 'dê à costa' não substitui precaução ou ação responsável.
- Em contextos onde a recuperação depende de intervenção humana organizada, confiar apenas na inevitabilidade pode ser inútil.
Equivalentes
- inglês
A lost boat will wash up on shore / Lost things will turn up (adaptation) - espanhol
Barco perdido llega a la costa (tradução literal); 'Lo perdido se encuentra' (equivalente aproximado) - francês
Un bateau perdu finit par aborder (tradução literal); 'Ce qui est perdu se retrouve' (equivalente aproximado) - alemão
Ein verlorenes Boot kommt ans Ufer (tradução literal); 'Verlorenes wird wiedergefunden' (equivalente aproximado)