Boca que se beijou, nunca mal se desejou.
Indica que quem teve um gesto de afecto (um beijo) não guarda desejo de mal para a outra pessoa; sugere confiança, reconciliação ou boa vontade passada entre as partes.
Versão neutra
Quem já se beijou com alguém não lhe deseja mal.
Faqs
- O que significa exactamente este provérbio?
Significa que um gesto de afecto, como um beijo, tende a indicar boa vontade entre as pessoas, reduzindo a intenção de lhes desejar mal ou de manter rancores. - Quando devo usar esta expressão?
Use-a em contextos informais para comentar reconciliações, a dissipação de ódios ou a continuidade de boa relação após um gesto afectuoso. Evite em situações formais ou quando há questões sérias por resolver. - Este provérbio justifica desculpar maus comportamentos?
Não. Embora fale de boa vontade entre quem se beijou, não torna aceitáveis comportamentos abusivos nem anula responsabilidades legais ou morais. - Tem origem conhecida?
É um provérbio popular de tradição oral na Península Ibérica; não há registo claro de autoria ou data de origem.
Notas de uso
- Registo informal e familiar; usado em conversas do dia a dia para sublinhar que uma relação íntima reduz a hostilidade.
- Pode ser dito de forma literal (entre ex-amantes ou casais) ou figurada (entre pessoas que já se entenderam ou fizeram as pazes).
- Usar com cautela: não é argumento válido para minimizar comportamentos prejudiciais ou culpar a vítima.
- Freqüentemente usado para justificar reconciliação, perdoar uma falta ou negar rancor após um momento íntimo.
Exemplos
- Quando os vizinhos fizeram as pazes com um abraço e um beijo, disseram: «Boca que se beijou, nunca mal se desejou», e deixaram o assunto por ali.
- Depois da discussão, ela deu-lhe um beijo e sorriu — como se dissesse que não guardava ressentimentos: boca que se beijou, nunca mal se desejou.
- Ele comentou, meio a brincar, que entre antigos namorados aquilo já não tinha importância: «Boca que se beijou, nunca mal se desejou», e seguiram em frente.
Variações Sinónimos
- Boca que se beijou não deseja mal.
- Quem beijou não quer mal ao outro.
- O beijo desfaz os rancores.
- Depois do beijo, não há vontade de fazer mal.
Relacionados
- Água passada não move moinho (deixar o passado para trás)
- Quem perdoa, esquece (no sentido de reconciliar)
- Amigos, amigos, negócios à parte (separar afectos de interesses)
Contrapontos
- O facto de duas pessoas terem sido íntimas não garante ausência de má vontade ou de comportamentos abusivos.
- Não é razão válida para ignorar responsabilidades, faltas ou consequências legais: afecto passado não anula delitos.
- Pode ser usado ironicamente para encobrir ressentimentos ou manipular situações, pelo que convém avaliar o contexto.
Equivalentes
- English (literal)
A mouth that has kissed never wished harm. - English (paraphrase)
Once people have shared a kiss, they generally don't wish each other ill. - Español
Boca que se besó, nunca mal se deseó. - Français (literal)
Bouche qui s'est embrassée ne souhaite jamais de mal.