Bom ano de pão, mau ano de pão, as colheitas o dirão.
A sucessão de anos de fartura e de escassez é imprevisível; só o resultado das colheitas confirmará se um ano foi bom ou mau.
Versão neutra
Um bom ano de pão pode seguir-se de um ano mau; só as colheitas o confirmarão.
Faqs
- O que significa exactamente este provérbio?
Significa que a alternância entre bons e maus anos é frequente na agricultura e que só o resultado das colheitas mostrará se um ano foi bom ou mau; transmite uma advertência contra conclusões precipitadas. - Quando se usa este provérbio hoje em dia?
Usa-se ainda em contextos rurais e também metaforicamente para lembrar prudência em negócios, economia familiar ou em situações onde os resultados só se conhecem no fim. - Tem origem histórica conhecida?
Não há registo de autor ou data precisos; trata‑se de sabedoria popular oriunda das comunidades agrícolas portuguesas. - Será aplicável na agricultura moderna?
Em parte: tecnologias, seguros e mercados internacionais reduzem a imprevisibilidade, mas fatores climáticos ainda tornam relevante a advertência do provérbio.
Notas de uso
- Usa-se para sublinhar a incerteza dos resultados e para aconselhar prudência antes de tirar conclusões.
- É comum em contextos agrícolas, mas também se aplica metaforicamente a negócios, economia doméstica ou situações de alternância entre sorte e azar.
- Sublinhe a importância de aguardar os factos (as colheitas) antes de avaliar uma situação.
Exemplos
- Se calhar este ano teremos muita produção, mas não te entusiasmes demasiado — bom ano de pão, mau ano de pão, as colheitas o dirão.
- Os preços subiram por causa da boa vindima, mas não vale a pena fazer grandes planos; as colheitas do ano seguinte podem contrariar a tendência.
- Os agricultores sabem que um ano de fartura não garante o seguinte — por isso guardam sementes e planeiam com prudência.
Variações Sinónimos
- As colheitas é que mostram
- Não festejes antes da colheita
- Ano de fartura, ano de escassez (variação coloquial)
Relacionados
- Não cantes vitória antes da hora (advertência semelhante)
- Não vendas a pele do urso antes de o matar (não contar com algo antes de confirmado)
- Ano de muitas águas, ano de muitas perdas (proverbal no mesmo campo agrícola)
Contrapontos
- Com técnicas agrícolas modernas, armazenamento e mercados globais, a variação entre anos pode ser atenuada, reduzindo a imprevisibilidade tradicional do ditado.
- Em contextos financeiros ou industriais, previsões e seguros agrícolas permitem planear melhor, pelo que o provérbio perde parte da força literal.
Equivalentes
- inglês
"Don't count your chickens before they hatch." (não contes com resultados antes de estarem confirmados) - espanhol
"No vendas la piel del oso antes de cazarlo." (não contar com algo antes de o ter) - francês
"Ne vendez pas la peau de l'ours avant de l'avoir tué." (equivalente ao espanhol)