Cachorro mordido de cobra até de lingüiça tem medo.
Quem já sofreu uma experiência perigosa ou traumática torna-se excessivamente cauteloso e desconfiado, mesmo perante situações inofensivas.
Versão neutra
Quem sofreu uma experiência perigosa fica receoso até de coisas aparentemente inofensivas.
Faqs
- O que significa este provérbio?
Significa que uma pessoa que já sofreu uma experiência negativa tende a ficar com receio até de coisas que, à primeira vista, são inofensivas. - Quando se usa esse provérbio?
Usa‑se para explicar ou justificar atitudes de cautela e desconfiança após uma perda, trauma, decepção ou acidente. - É ofensivo dizer isso a alguém?
Depende do tom: pode ser empático, reconhecendo um trauma, ou crítico, sugerindo que a pessoa é excessivamente medrosa. É preferível usar com cuidado. - Há provérbios semelhantes em português?
Sim. O mais comum como equivalente é 'gato escaldado tem medo de água fria', que transmite a mesma ideia.
Notas de uso
- Expressão coloquial usada para justificar cautela ou desconfiança após um revés ou trauma.
- Pode ser usada de forma empática (compreender o medo) ou crítica (indicar excesso de receio).
- Frequentemente empregue em contextos pessoais (relacionamentos, acidentes) e profissionais (investimentos, negócios).
- Existe variação regional na formulação; a ideia central mantém‑se.
Exemplos
- Depois do acidente de carro, o João só aceita conduzir distâncias curtas — cachorro mordido de cobra até de linguiça tem medo.
- Ela já foi enganada por um parceiro e agora demora a confiar em qualquer pessoa: cachorro mordido de cobra até de linguiça tem medo.
- A empresa perdeu dinheiro numa aposta arriscada; desde então recusam propostas semelhantes — é o típico caso de quem foi mordido por cobra e fica com medo.
Variações Sinónimos
- Gato escaldado tem medo de água fria.
- Cão que foi mordido tem medo do fio da navalha (variação metafórica).
- Quem já foi queimado tem medo do fogo.
- Cachorro mordido por cobra até de linguiça tem medo (variação ortográfica moderna).
Relacionados
- Mais vale prevenir do que remediar (relacionado ao valor da precaução).
- Experiência e desconfiança (tema psicológico).
- Trauma e evitamento (comportamento pós‑traumático).
Contrapontos
- Medo excessivo pode impedir oportunidades e crescimento pessoal ou profissional.
- Nem toda precaução é justificada — é importante avaliar riscos de forma equilibrada.
- Superar experiências negativas pode exigir apoio ou intervenção; permanecer apenas na cautela pode prolongar a limitação.
Equivalentes
- inglês
Once bitten, twice shy. - espanhol
Gato escaldado del agua fría huye. - francês
Chat échaudé craint l'eau froide. - alemão
Einmal gebranntes Kind scheut das Feuer. - italiano
Gatto scottato ha paura dell'acqua fredda.