
Provérbios Brasileiros
Quem já sofreu um dano ou perigo evita situações semelhantes, mesmo que aparentemente inofensivas.
Versão neutra
Quem já foi magoado evita situações semelhantes.
Faqs
- Quando é apropriado usar este provérbio?
É apropriado quando se quer descrever ou justificar uma reacção de prudência decorrente de uma experiência negativa passada. Funciona bem em conversas informais e explicações sobre comportamento cauteloso. - O provérbio sugere que a pessoa está sempre certa ao evitar situações similares?
Não necessariamente. O provérbio descreve uma tendência emocional. Cabe avaliar cada situação: em alguns casos a cautela é prudente; noutros, pode impedir oportunidades. - Há usos potencialmente problemáticos deste provérbio?
Sim. Pode ser usado para legitimar medo excessivo ou para evitar enfrentar e superar traumas. Deve ser usado com cuidado quando se discute recuperação, terapia ou avaliação de risco objectiva.
Notas de uso
- Usado para explicar comportamentos de cautela ou desconfiança resultantes de experiências negativas passadas.
- Registro geralmente coloquial; pode ser usado de forma séria ou irónica, dependendo do contexto.
- Não deve ser usado para justificar medo irracional sem avaliar riscos reais; pode servir também para defender prudência.
- Ao empregar o provérbio, tenha em conta que descreve uma tendência psicológica, não um argumento lógico para recusar sempre oportunidades.
Exemplos
- Depois de ter sido enganada numa parceria comercial, a Marta recusa propostas de colaboração sem verificar tudo previamente — cachorro mordido por cobra tem medo de linguiça.
- O Luís foi assaltado numa rua mal iluminada e desde então evita andar por ali de noite; é um caso de ‘cachorro mordido por cobra tem medo de linguiça’.
- Quando o treinador testou um método novo e um atleta se lesionou, a equipa hesitou em voltar a experimentar a técnica: quem foi ferido fica mais cauteloso.
Variações Sinónimos
- Gato escaldado tem medo de água fria
- Uma vez mordido, duas vezes tímido
- Quem foi queimado tem medo do fogo
Relacionados
- Mais vale prevenir do que remediar
- Prevenir é melhor que remediar
- É melhor um gosto do que mil cuidados
Contrapontos
- Aplicar sempre este provérbio pode impedir aproveitamento de oportunidades e crescimento pessoal.
- Medo persistente pode ser desproporcional ao risco real; a melhor abordagem pode ser avaliação racional do risco e, se necessário, procurar apoio ou informação.
- Em contexto profissional, recusar mudanças por receio pode atrasar inovação; é importante distinguir prudência saudável de aversão infundada.
Equivalentes
- inglês
Once bitten, twice shy. - espanhol
Gato escaldado del agua fría huye / Una vez mordido, dos veces tímido. - francês
Chat échaudé craint l'eau froide. - alemão
Ein gebranntes Kind scheut das Feuer.