Carne de ontem, pão de hoje e vinho do outro verão fazem o homem são.
Valoriza a frugalidade e o aproveitamento dos alimentos conservados: usar o que se tem, mesmo que não seja fresco, contribui para a subsistência e bem‑estar.
Versão neutra
Aproveitar a carne de ontem, o pão de hoje e o vinho do ano passado mantém a pessoa saudável.
Faqs
- Qual é a mensagem principal deste provérbio?
Encoraja a frugalidade e o aproveitamento dos recursos disponíveis, especialmente alimentos conservados; sublinha que nem sempre é necessário ter tudo fresco para manter o bem‑estar. - Posso aplicar este provérbio hoje em dia?
Sim, sobretudo no sentido de evitar desperdício e utilizar sobras de forma segura. No entanto, deve equilibrar‑se com práticas modernas de segurança alimentar e alimentação saudável. - O provérbio tem origem religiosa ou regional específica?
É um provérbio popular transmitido oralmente nas zonas rurais de Portugal; não há registo de uma origem religiosa concreta ou de um único autor.
Notas de uso
- Usa‑se tanto no sentido literal (aproveitar sobras alimentares) como no figurado (aproveitar recursos disponíveis e ser parcimonioso).
- É frequente em contextos rurais e familiares, quando se quer destacar prudência económica e resistência às adversidades.
- Hoje em dia convém conciliar a ideia de aproveitamento com cuidados de segurança alimentar (armazenamento e conservação adequados).
- Pode ser utilizado pedagogicamente para ensinar crianças a não desperdiçar e a valorizar alimentos.
Exemplos
- Quando faltou dinheiro para comprar tudo novo, a avó dizia: «Carne de ontem, pão de hoje e vinho do outro verão fazem o homem são», para nos lembrar a não desperdiçar.
- Num acampamento, o líder sugeriu que partilhássemos as sobras: 'Carne de ontem, pão de hoje...'; é melhor aproveitar do que deitar fora.
- Em reuniões de escritório, usámos o lema figurado: 'Carne de ontem, pão de hoje...' para incentivar a reutilização de material e evitar compras desnecessárias.
Variações Sinónimos
- Carne de ontem e pão de hoje fazem o homem sadio.
- Carne de ontem, pão de hoje e vinho velho fazem bem.
- Aproveita o que tens; isso basta para viver.
Relacionados
- Quem guarda, tem. (frugalidade e precaução)
- Em tempo de vacas magras, um pão vale ouro. (valorização dos recursos em escassez)
- Não deites fora o que ainda serve. (conservação e aproveitamento)
Contrapontos
- Risco de intoxicação alimentar se as sobras não forem conservadas ou reaquecidas adequadamente; o provérbio não substitui boas práticas de higiene.
- Em sociedades com acesso fácil a alimentos frescos, privilegiar sempre produtos antigos pode ser desaconselhável do ponto de vista nutricional.
- A interpretação literal pode normalizar privação em contextos onde não é necessária; hoje há maior consciência sobre qualidade e segurança alimentar.
Equivalentes
- Inglês
Approximate: "Waste not, want not." (valoriza o aproveitamento e a frugalidade) - Espanhol
Aproximado: «Más vale lo aprovechado que lo desperdiciado.» (ênfase no aproveitamento) - Francês
Approximatif: «Ne pas jeter, c'est gagner.» (ideia de não desperdiçar e conservar recursos)