Clérigo que foi frade, nem por amigo, nem por compadre.
Exprime desconfiança ou reserva em relação a alguém que mudou de condição (especialmente religiosa): considera-se que a mudança não apaga hábitos ou reputação anteriores.
Versão neutra
Quem foi frade (ou viveu de outro modo) continua a ser visto com reserva; as transformações não apagam todos os traços do passado.
Faqs
- O que significa este provérbio em termos simples?
Quer dizer que quem mudou de condição (especialmente entre ordens religiosas ou entre uma vida pública/privada) continua a ser visto com desconfiança; o passado marca a reputação. - É adequado usar este provérbio hoje em dia?
Depende do contexto. Pode ser usado para descrever atitudes sociais históricas ou como comentário crÃtico, mas tem um tom julgador e pode ser ofensivo se aplicado para excluir ou estigmatizar alguém. - Refere‑se apenas a religiosos?
Originalmente aludia a religiosos, mas costuma usar‑se figuradamente para qualquer pessoa cujo passado se considera irreversÃvel.
Notas de uso
- Usa‑se para justificar cautela perante quem transitou de um estatuto social ou moral para outro.
- Tem tom julgador; pode implicar estigma social e não é adequado em contextos que exijam inclusão.
- Frequentemente usado de forma figurada, não só para religiosos, mas para qualquer pessoa cujo passado se considera irreversÃvel.
Exemplos
- Quando o antigo frade começou a trabalhar com os habitantes da vila, alguns murmuraram: 'Clérigo que foi frade, nem por amigo, nem por compadre', mostrando que a desconfiança persistia.
- Numa reunião, ao saberem que ele tinha abandonado a ordem, comentaram em tom de brincadeira e reprovação: 'Clérigo que foi frade, nem por amigo, nem por compadre', para sublinhar que as pessoas demoravam a aceitar mudanças.
Variações Sinónimos
- Quem foi frade, não deixa de ser frade (variação condensada).
- Quem muda de vida, mantém rastros do passado (variação de sentido).
- Dizem também, em registos regionais, formas semelhantes que enfatizam a dificuldade em ganhar confiança após mudança.
Relacionados
- A raposa velha não entra no galinheiro (sobre experiência e reputação).
- Gato escaldado tem medo de água fria (sobre cautela e experiências passadas).
- Quem foi para as cruzes volta (formas regionais sobre retorno às origens).
Contrapontos
- As pessoas podem mudar de comportamento e valores; manter-se cético por princÃpio pode ser injusto.
- Estigmatiza quem fez uma opção de vida anterior e dificulta reintegração social.
- No contexto moderno, promove suspeita em vez de avaliar caso a caso.
Equivalentes
- Inglês
Once a friar/cleric, always viewed with suspicion (no exact equivalent; similar to 'once a thief, always a thief' or 'a leopard can't change its spots'). - Espanhol
Quien fue fraile, sigue siendo visto con recelo (equivalente aproximado; no existe un dicho idéntico en castellano). - Francês
On se méfie souvent de celui qui a changé de statut (équivalent approximatif; pas de proverbe identique).