Corpo bem feito não há mister capa.
Quando a substância/qualidade interna está bem feita, a aparência ou enfeites exteriores são dispensáveis.
Versão neutra
Se o corpo (conteúdo) está bem feito, não é necessária a capa (aparência).
Faqs
- Quando devo usar este provérbio?
Use‑o para sublinhar que a qualidade interna ou a execução são mais importantes do que ornamentos ou aparências exteriores. Adequado em debates sobre autenticidade, artesanato, conteúdo e prioridades. - É um provérbio ofensivo ou discriminatório?
Não; trata‑se de uma observação sobre valor e aparência. Deve, porém, ser usado com sensibilidade, pois pode ser interpretado como desvalorização de quem cuida da apresentação pessoal. - Significa que a aparência nunca importa?
Não. O provérbio sublinha a preferência pela substância, mas em muitos contextos a apresentação tem funções práticas e decisivas. - É um provérbio ainda usado hoje?
Sim, embora a formulação clássica possa soar arcaica; a ideia permanece comum e é expressa por variantes modernas.
Notas de uso
- Usa‑se para valorizar a qualidade intrínseca de algo (obra, produto, pessoa, texto) em detrimento de ornamentos ou aparência exterior.
- Registo: familiar/popular; a forma antiga pode soar arcaica em contextos formais.
- Aplicável em contextos práticos (artesanato, escrita, engenharia) e em juízos morais sobre autenticidade.
- Não deve ser usado para desvalorizar por completo a importância da apresentação quando esta tem função prática (segurança, venda, comunicação).
Exemplos
- Na revisão do relatório, o orientador disse que o texto tinha conteúdo sólido e que não precisava de enfeites supérfluos: corpo bem feito não há mister capa.
- O artesão recusou colocar douramentos na peça porque preferia que a boa execução falasse por si — corpo bem feito não há mister capa.
Variações Sinónimos
- Não há necessidade de capa quando o corpo está bem feito.
- Quando a obra é boa, o ornamento é supérfluo.
- Aparência não substitui qualidade.
Relacionados
- Não se julga o livro pela capa.
- O essencial é invisível aos olhos.
- Aparências enganam.
- L'habit ne fait pas le moine (o hábito não faz o monge).
Contrapontos
- Em muitas situações a apresentação é importante: embalagens, comunicação e primeiras impressões influenciam decisões e vendas.
- Uma boa aparência pode facilitar aceitação social ou comercial, mesmo que a qualidade interna exista.
- Por vezes, a 'capa' tem função prática (proteção, legibilidade, segurança) e não é mera ornamentação.
Equivalentes
- francês
L'habit ne fait pas le moine (o hábito não faz o monge) — enfatiza que a aparência não define o valor real. - inglês
Don't judge a book by its cover — aconselha a não tomar decisões apenas pela aparência exterior. - português (variante moderna)
Quando a substância é boa, a aparência é secundária.