Cuidados alheios matam o asno

Cuidados alheios matam o asno.
 ... Cuidados alheios matam o asno.

Alerta para os riscos da protecção ou intervenção excessiva por terceiros: ajuda mal dada pode prejudicar quem se pretende beneficiar.

Versão neutra

O excesso de protecção ou de intervenção por terceiros pode prejudicar quem se pretende ajudar.

Faqs

  • O provérbio significa que não devemos ajudar ninguém?
    Não. Significa que a ajuda deve ser adequada e promover autonomia; o provérbio critica a ajuda excessiva ou mal orientada, não a assistência necessária.
  • Quando é apropriado usar este provérbio?
    Quando se quer alertar para consequências negativas de sobreproteção, suplência permanente ou intervenções que criam dependência em contexto familiar, pessoal, profissional ou social.
  • É um provérbio ofensivo?
    Normalmente não; tem tom crítico e pedagógico. Deve, porém, ser usado com cuidado quando se fala de pessoas vulneráveis, para não parecer insensível.
  • Qual é a origem histórica deste provérbio?
    A origem concreta não é conhecida; trata‑se de um ditado popular passado oralmente. Expressa uma observação prática sobre os efeitos da ajuda mal dosada.

Notas de uso

  • Usa‑se para advertir contra a sobreproteção, a intromissão ou a substituição da responsabilidade própria.
  • Aplica‑se tanto a situações familiares (pais/avós que fazem tudo pelos filhos) como profissionais (gestores que resolvem sempre tudo) e sociais (políticas que criam dependência).
  • Tem tom crítico e pedagógico; pode ser usado com ironia.
  • Não pretende negar a utilidade de cuidados reais e necessários (saúde, incapacidade), mas alerta para o excesso.

Exemplos

  • Desde que a avó começou a servir-lhe todas as refeições, o jovem deixou de aprender a cozinhar — como se costuma dizer, cuidados alheios matam o asno.
  • Se os colegas fizerem sempre os relatórios por ela, nunca ganhará autonomia profissional; cuidados alheios matam o asno.
  • Nas políticas sociais, atenção: apoio sem condições pode criar dependência — isto é um caso de cuidados alheios que matam o asno.
  • Quando os treinadores substituem os atletas em exercícios básicos, estes perdem técnica; cuidados alheios matam o asno.

Variações Sinónimos

  • Demasiada proteção faz mal
  • Ajuda em excesso estraga
  • Muita assistência prejudica
  • Cuidados em demasia matam

Relacionados

  • De boas intenções está o inferno cheio (boas intenções podem causar dano)
  • Quem tudo quer, tudo perde (advertência sobre excesso)
  • Dar de mais é estragar (sobre excesso de mimo)
  • Dá‑se a mão e tomam‑se os braços (sobre exploração da ajuda)

Contrapontos

  • Em muitos casos (doença, deficiência, urgência) os cuidados alheios são indispensáveis e salvadores.
  • A colaboração e a assistência bem orientadas e proporcionais promovem autonomia, não a retiram.
  • Nem toda intervenção externa é prejudicial; o equilíbrio entre apoio e exigência é o que conta.

Equivalentes

  • inglês
    Too much care can do more harm than good / Too much help spoils the recipient
  • espanhol
    El exceso de cuidados puede hacer daño / Demasiada ayuda perjudica
  • francês
    Trop de soins peut nuire / Trop d'aide fait plus de mal que de bien