Do mal que fizeres, não tenhas testigo, ainda que seja amigo.
					Aconselha a não deixar testemunhas ou provas quando se pratica um acto censurável, mesmo que a pessoa seja amiga; expressão de cautela e desconfiança.
Versão neutra
Se fizeres algo errado, evita deixar testemunhas ou provas, mesmo que sejam amigos.
Faqs
- Este provérbio encoraja crime ou encobrimento?
O provérbio aconselha discrição, mas não deve ser interpretado como justificação para actos ilegais. É uma expressão tradicional que reflete prudência e cinismo, não uma recomendação ética. - O que significa 'testigo' aqui?
'Testigo' é uma forma antiga/arcaica; em português contemporâneo prefere‑se 'testemunha'. Refere‑se a alguém que possa atestar ou denunciar o acto. - Em que contextos se usa normalmente?
Usa‑se como advertência informal para quem planeia fazer algo reprovável, muitas vezes em tom irónico ou crítico; também aparece em ditados populares e discursos morais. 
Notas de uso
- Forma tradicional que aconselha discrição perante actos reprováveis; implica uma visão pragmática e cínica da confiança.
 - A palavra 'testigo' aparece na formulação tradicional; em português contemporâneo usa‑se mais frequentemente 'testemunha'.
 - Usa‑se tanto como advertência literal (evitar provas) como ironicamente para criticar quem desconfia até dos amigos.
 - Pode ter conotação negativa por sugerir encobrimento de actos ilícitos; deve ser evitado como justificação para crime.
 
Exemplos
- Quando o rapaz contou que tinha fugido do trabalho, o avô murmurou: «Do mal que fizeres, não tenhas testigo, ainda que seja amigo», como aviso para não deixar rastos.
 - Usada em tom crítico: «Diz‑me outra vez que confias nele? Do mal que fizeres, não tenhas testigo, ainda que seja amigo.»
 - Em contexto humorístico entre colegas: «Se vais pregar uma partida, lembra‑te: do mal que fizeres, não tenhas testigo, ainda que seja amigo.»
 
Variações Sinónimos
- Do mal que fizeres, não tenhas testemunha.
 - Não deixes testemunhas do mal que fizeres.
 - Se fizeres o mal, não tenhas quem o conte.
 
Relacionados
- Quem tudo quer, tudo perde (conselho de prudência)
 - O segredo é a alma do negócio (valorização da discrição)
 - Mais vale prevenir do que remediar (atenção às consequências)
 
Contrapontos
- Não deve ser usado como justificação para encobrir crimes ou má conduta; a lei e a ética exigem responsabilidade.
 - Promove desconfiança excessiva nas relações pessoais; em geral, é preferível agir com integridade e transparência.
 - Em contextos profissionais ou legais, evitar testemunhas pode ser ilícito ou prejudicar terceiros — não é aconselhável.
 
Equivalentes
- Inglês
If you do wrong, don't leave witnesses (similar warning to avoid evidence). - Espanhol
Del mal que hagas, no dejes testigo. - Francês
Ne laisse pas de témoins si tu fais quelque chose de mal.