Dos enganos vivem os Escrivães.
Expressa que há pessoas (frequentemente funcionários, escrivães ou profissionais ligados à burocracia) que tiram proveito financeiro ou vantajoso dos erros alheios.
Versão neutra
Há quem viva dos erros alheios.
Faqs
- O que significa exactamente este provérbio?
Significa que há pessoas ou profissionais que tiram vantagem ou lucro dos erros cometidos por outrem, especialmente em contextos burocráticos ou processuais. - Os 'Escrivães' são figuras literais?
Historicamente refere‑se a escrivães (funcionários que lavravam actos e documentos). Hoje é mais metafórico e aplica‑se a qualquer pessoa ou entidade que beneficie dos enganos alheios. - É ofensivo usar este provérbio?
Pode ser considerado pejorativo se dirigido a pessoas concretas. Em contextos públicos ou formais, recomenda‑se evitar acusações directas sem prova. - Quando é apropriado usar uma versão moderna?
Use versões neutras como «Há quem viva dos erros alheios» em textos informais ou analíticos; evite linguagem arcaica se o público não estiver familiarizado com o termo 'escrivães'. - Existem usos positivos deste provérbio?
Raramente. Normalmente tem carga crítica; contudo pode servir para alertar organizações a reduzir oportunidades de exploração decorrentes de erros.
Notas de uso
- Usado com tom crítico ou irónico para apontar quem beneficia com falhas administrativas, processuais ou de terceiros.
- Refere-se historicamente aos 'escrivães' (funcionários que lavram actos e escritos) e hoje aplica‑se a qualquer pessoa ou entidade que lucre com rectificações, retrabalhos ou erros.
- Pode ser considerado pejorativo quando dirigido a indivíduos concretos; convém prudência ao empregá‑lo em contextos formais.
- Utilizado em conversas informais, comentários sobre burocracia, e críticas a profissões ou departamentos que parecem prosperar com falhas alheias.
Exemplos
- Quando o processo teve de voltar à secretaria por falta de assinatura, o advogado comentou com ironia: «Dos enganos vivem os Escrivães.»
- Ao ver o contabilista cobrar pela correcção de um relatório que ele próprio devia ter verificado, ela disse: «Há quem viva dos erros alheios.»
- Depois do lançamento do sistema com vários bugs, surgiram empresas que lucraram a corrigir os problemas — uma situação em que muitos disseram: dos enganos vivem os escrivães.
Variações Sinónimos
- Há quem viva dos erros alheios.
- Uns vivem dos enganos dos outros.
- Alguns aproveitam‑se dos enganos alheios.
- Viver à custa dos erros dos outros.
Relacionados
- Vive à custa alheia (dizer que alguém tira proveito dos outros).
- A desgraça dos outros é vantagem para alguns (sentido semelhante de lucro sobre a infortúnio alheio).
- Quem lucra com o infortúnio alheio (sentido crítico às mesmas práticas).
Contrapontos
- Nem todas as correções ou cobranças por rectificações resultam de aproveitamento; muitas são necessárias para garantir qualidade e responsabilidade.
- Os erros também podem ser oportunidade de melhoria e aprendizagem, não necessariamente fonte de lucro para terceiros.
- Acusar automaticamente um profissional pode ser injusto: deve verificar‑se intenção e contexto antes de concluir que alguém «vive dos enganos».
Equivalentes
- inglês
Some people live off other people's mistakes. - espanhol
De los errores viven los escribanos.