É como a peregrinação a Meca: quem diz que é fácil, blasfema; quem diz que é trabalhosa, blasfema.
Provérbios Árabes
Sobre assuntos sagrados ou muito valorizados, qualquer julgamento — positivo ou negativo — tende a provocar ofensa ou crítica.
Versão neutra
É como um rito sagrado: quem diz que é fácil ofende; quem diz que é difícil ofende.
Faqs
- Este provérbio é ofensivo para os muçulmanos?
O provérbio refere-se à peregrinação a Meca como metáfora. Pode ser sentido como insensível se usado para trivializar ou criticar crenças religiosas; por isso recomenda-se cuidado e, em contextos inter-religiosos, preferir versões neutras. - Quando é apropriado usar este provérbio?
É apropriado em conversas informais para apontar que um tema é sensível e que qualquer posição pode provocar reacções contrárias. Evite-o em contextos formais ou quando a precisão e o respeito pelas crenças forem essenciais. - O provérbio sugere que não devemos opinar sobre assuntos delicados?
Não necessariamente; sublinha que opinar pode provocar críticas. Cabe avaliar se a opinião é necessária e a forma como é expressa — crítica construtiva e respeito não são sinónimos de blasfémia.
Notas de uso
- Registo: proverbial e coloquial; usado para comentar situações em que opiniões causam polémica independentemente do teor.
- Contexto apropriado: debates sobre temas sensíveis, práticas tradicionais ou crenças, e decisões institucionais onde as reações são previsivelmente polarizadas.
- Cautela: por referir um rito religioso específico, convém evitar usos que desvalorizem ou instrumentalizem crenças alheias; prefira versões neutras quando o público for diverso.
- Não é recomendação para silenciar críticas legítimas; serve sobretudo como observação sobre a inevitabilidade de reações contraditórias.
Exemplos
- Ao discutir a reforma da festa tradicional, lembrou: «É como a peregrinação a Meca: quem diz que é fácil, blasfema; quem diz que é trabalhosa, blasfema», porque qualquer opinião geraria atritos.
- Quando sugeri mudar o formato do ritual, alguém respondeu com o provérbio para justificar a hesitação em tomar partido por receio de ofender os mais devotos.
- No debate sobre arte religiosa, o moderador usou uma versão neutra do provérbio para explicar por que motivo qualquer crítica acabaria por ser mal recebida.
Variações Sinónimos
- É como um rito sagrado: quem o elogia ofende, quem o critica ofende.
- Sobre coisas sagradas, qualquer comentário é polémico.
- Hajas para onde hajas, ofendes alguém.
Relacionados
- Não se mexe em ferida aberta
- Para gostos não há nada escrito
- Não se pode agradar a gregos e a troianos
Contrapontos
- Evitar discutir um assunto por medo de ofender pode silenciar problemas legítimos que precisam de ser resolvidos.
- Nem todas as críticas a práticas tradicionais são ofensivas; a forma e o contexto da crítica contam.
- Usar o provérbio para calar vozes discordantes pode servir de pretexto para conservar práticas prejudiciais.
Equivalentes
- inglês
You can't please everyone; whatever you say will offend someone. - espanhol
Hagas lo que hagas, habrá quien se ofenda. - francês
On ne peut pas plaire à tout le monde.