É pior a emenda que o soneto

É pior a emenda que o soneto.

A tentativa de corrigir ou melhorar algo acaba por piorar a situação em vez de a solucionar.

Versão neutra

A correção ficou pior do que o original.

O que significa exactamente este provérbio?
Significa que uma tentativa de corrigir ou melhorar algo acabou por tornar a situação mais grave ou complicada do que o problema inicial.
Quando é apropriado usar‑lo?
Quando uma correção, intervenção ou mudança teve um efeito negativo evidente e tornou o resultado pior; deve usar‑se com cuidado para não bloquear mudanças úteis.
Tem uma origem literária conhecida?
A origem é incerta. Trata‑se de um provérbio popular da língua portuguesa sem atestação documental clara atribuível a um autor específico.
Há expressões semelhantes noutras línguas?
Sim. Muitas línguas têm um equivalente que traduz a ideia de que o remédio é pior que a doença (por exemplo, em inglês: 'The cure is worse than the disease').

Usa‑se para criticar intervenções que tornam um problema mais grave ou mais complicado do que o original.
Emprega‑se tanto de forma literal (reparações, remendos) como figurada (alterações de texto, políticas, soluções técnicas).
Tom irónico ou conservador: por vezes usado para resistir a mudanças úteis, por isso não deve ser aplicado sem avaliar o contexto.
Registo: coloquial; apropriado em conversas informais e crónicas de opinião, menos em linguagem técnica ou científica sem justificação.

Depois de tentar consertar o encanamento, começou a haver mais infiltrações; realmente é pior a emenda que o soneto.
O editor mexeu tanto no artigo que perdeu coerência — às vezes é pior a emenda que o soneto.
Instalámos um 'update' que devia resolver um bug e agora o programa trava com mais frequência: pior a emenda que o soneto.

Nem sempre a emenda é pior: muitas correções melhoram claramente a situação; o provérbio alerta para intervenções mal planeadas.
Avaliar custo‑benefício e testar alterações antes de as aplicar reduz o risco de que a emenda piore o problema.
Em contextos técnicos, práticas como revisão por pares e testes automatizados servem para evitar justamente esse resultado.