Em casa de pobre, ao meio-dia, mosca faz samba debaixo da panela.
A escassez torna notórias ou valiosas pequenas coisas; quando falta, até o que é insignificante ganha importância ou motivo de júbilo.
Versão neutra
Quando há escassez, coisas pequenas parecem muito ou tornam-se motivo de festa.
Faqs
- Qual é o sentido literal do provérbio?
Literalmente sugere que, numa casa pobre, até uma mosca pode parecer animada debaixo da panela ao meio‑dia — uma imagem para realçar como a falta amplia coisas pequenas. - Quando devo usar este provérbio?
Use‑o para comentar situações em que a escassez torna pequenos eventos ou objetos desproporcionadamente importantes, com cautela para não estigmatizar. - É um provérbio antigo?
Sim, pertence à tradição oral popular, mas a sua origem documentada é desconhecida; circula há muito nas comunidades de língua portuguesa. - É ofensivo?
Não é inerentemente ofensivo, mas pode ser percebido como insensível se usado para menosprezar pessoas em situação de pobreza.
Notas de uso
- Forma popular e informal; usado oralmente para comentar situações de privação ou quando pequenos acontecimentos são exagerados.
- Pode ter tom crítico (sobre a dureza da pobreza) ou bem-humorado (sobre tirar partido do pouco que há).
- Evitar usar de modo a estigmatizar pessoas pobres; pode ser percebido como insensível se aplicado de forma pejorativa.
Exemplos
- Depois de meses sem trabalho, a família celebrou a pequena ajuda que recebeu — em casa de pobre, ao meio‑dia, mosca faz samba debaixo da panela.
- Não te admira que se entusiasmem com uma oferta modesta; em situações de necessidade, até o pouco parece muito.
Variações Sinónimos
- Em casa de pobre, a mosca dança debaixo da panela.
- Em casa pobre, até a mosca faz festa.
- Quando falta, o pouco vira festa.
Relacionados
- À fome não há pão duro.
- Cada um sabe onde lhe aperta o sapato.
- Faute de mieux (por falta de melhor, em equivalente francês popular).
Contrapontos
- A pobreza não deve ser romantizada — nem todo gesto pequeno é sinal de felicidade.
- É possível valorizar pequenas coisas sem aceitar condições injustas; o provérbio não justifica negligência social.
Equivalentes
- inglês (aproximado)
Beggars can't be choosers. (aceita‑se o pouco que há — aproxima a ideia de resignação face à falta) - espanhol (aproximado)
Cuando hay hambre no hay pan duro. (semelhante na ideia de aceitar o que há) - francês (aproximado)
Faute de grives, on mange des merles. (quando não há melhor, aceita‑se o que há)