Guarda-te da traseira da mula, da ilharga do carro, da dianteira do frade, e de vento que entra pelo buraco.
Aviso para ter cautela perante perigos inesperados vindos de diferentes direcções: objectos, pessoas ou circunstâncias traiçoeiras.
Versão neutra
Cuidado com perigos inesperados que podem surgir por trás, pelos lados, de quem aparenta ser confiável e de circunstâncias traiçoeiras.
Faqs
- Qual é a origem deste provérbio?
A origem exacta é incerta; trata‑se de um provérbio popular de tradição rural que descreve perigos comuns no quotidiano antigo (animais, carros de bois, figuras religiosas e correntes de ar) como metáforas de riscos imprevisíveis. - Quando deve ser usado?
Usa‑se para aconselhar prudência antes de agir, em situações práticas (segurança física) ou sociais (contratos, relações de confiança, decisões profissionais). - É uma advertência literal?
Geralmente não; embora derive de situações literais, hoje serve sobretudo como metáfora para lembrar que o perigo pode vir de várias direcções e fontes.
Notas de uso
- Provérbio de tom popular e rural, frequentemente usado de forma jocosa ou proverbial para aconselhar prudência.
- Lista quatro fontes distintas de risco (animal, veículo, pessoa religiosa e circunstância) para ilustrar que o perigo pode vir de onde menos se espera.
- Usa-se tanto em contexto físico (evitar acidentes) como em contexto social (desconfiar de intenções aparentes).
- Não é uma instrução literal, mas sim uma metáfora para vigilância e prevenção.
Exemplos
- Antes de assinar o contrato, guarda-te da traseira da mula: revê todas as cláusulas para não ser surpreendido por condições desfavoráveis.
- Quando atravessava a quinta fui empurrado pela manada; o pai disse-me ‘‘guarda-te da traseira da mula’’, e explicou que devia manter distância dos animais.
- Num projecto de equipa, lembra-te deste provérbio—não confies cegamente em promessas; protege-te contra falhas inesperadas.
Variações Sinónimos
- Guarda-te da traseira da mula e da cabeça do frade.
- Cuidado com a mula, o carro, o frade e o vento pelo buraco.
- Mais vale precaver-se do que ser surpreendido.
Relacionados
- Mais vale prevenir do que remediar.
- Cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém.
- Olho vivo, pena curta.
Contrapontos
- Quem não arrisca não petisca.
- A vida é para ser vivida; exagerar na cautela impede oportunidades.
Equivalentes
- English
Beware of the mule's rear, the cart's side, the friar's front, and wind through a hole. (Meaning: beware of unexpected dangers; akin to 'Better safe than sorry' or 'Look before you leap') - Español
Cuídate de la grupa de la mula, del costado del carro, del frontal del fraile y del viento que entra por el agujero. (Advertencia sobre peligros inesperados)