Homem para a cova, rendeiro para a cadeia.
Expressa de forma fatalista que, após a morte de alguém (normalmente o titular ou protector), quem fica dependente ou sem defesa (o rendeiro) sofre consequências graves, como perder bens ou ser preso por dívidas ou obrigações.
Versão neutra
Quando alguém morre, os dependentes ou quem está numa posição vulnerável pode ficar desprotegido e sofrer penalizações económicas ou legais.
Faqs
- O que quer dizer este provérbio em poucas palavras?
Significa que, quando alguém que tinha protecção ou responsabilidades desaparece, os dependentes ou subordinados podem ficar desprotegidos e sofrer consequências negativas. - É ofensivo usar este provérbio?
Não é inerentemente ofensivo, mas é uma expressão dura que aponta desigualdade e injustiça; deve‑se ter cuidado em contextos pessoais ou sensíveis. - Tem origem histórica concreta?
A origem exacta é incerta; está ligada ao mundo rural e às relações entre proprietários, rendeiros/arrendatários e credores, e foi transmitido oralmente. - Quando é apropriado usá‑lo hoje?
Em análises críticas de desigualdades económicas, quando se quer sublinhar que os mais fracos são os mais penalizados por mudanças ou falências, preferindo sempre linguagem sensível conforme o público.
Notas de uso
- Usa‑se em contextos figurados para lamentar injustiças em que os mais frágeis pagam por situações criadas por outros.
- Tem conotação histórica ligada a relações agrárias (senhor/rendeiro) e a práticas de endividamento; hoje aplica‑se a situações de desproteção social e económica.
- Registo: popular e coloquial; pode soar duro ou fatalista — atenção ao usar em contextos sensíveis.
- Não é uma recomendação, é uma observação crítica sobre desigualdades e responsabilidades mal distribuídas.
Exemplos
- Depois da falência da família, ouviu um vizinho dizer: «Homem para a cova, rendeiro para a cadeia» — queixava‑se que os empregados tinham sido os mais penalizados.
- Num debate sobre heranças e dívidas, a agricultora resumiu: «Isto é como aquele provérbio: homem para a cova, rendeiro para a cadeia», referindo‑se à falta de proteções para os arrendatários.
Variações Sinónimos
- Quando o homem morre, o rendeiro vai para a cadeia.
- Homem morto, rendeiro à cadeia.
Relacionados
- Mais vale prevenir do que remediar
- Quem tem padrinho não morre pagão
- Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão
Contrapontos
- A justiça tarda, mas não falha (confiança na justiça em vez de fatalismo)
- Quem semeia ventos colhe tempestades (ideia de que causadores sofrem as consequências)
Equivalentes
- inglês
Man to the grave, tenant to the jail. (tradução literal; sem equivalente proverbial direto em inglês) - espanhol
Hombre a la fosa, arrendatario a la cárcel. (tradução literal; transmite a mesma imagem de injustiça social) - francês
Homme à la tombe, métayer à la prison. (tradução literal; não há provérbio tradicional francês correspondente exato)