Horta, moinho e quilha, é para quem a trilha.
Os bens, rendimentos ou posições ficam com quem os cultiva, usa ou conquista pelo esforço.
Versão neutra
A horta, o moinho e a quilha pertencem a quem as cultiva, as usa ou as ocupa.
Faqs
- O que significa exactamente este provérbio?
Significa que os benefícios, rendimentos ou posses tendem a ficar com quem os cultiva, usa ou conquistou pelo trabalho e pela presença activa. - Posso usar este provérbio em contexto profissional?
Sim, é apropriado para elogiar iniciativa e esforço ou para justificar que responsabilidades e recompensas acompanham quem trabalhou nelas. Tenha cuidado em contextos legais ou sensíveis. - Este provérbio legitima apropriação sem regras?
Não necessariamente. É uma norma prática ou moral da tradição popular; direitos legais e regras colectivas continuam a ser determinantes em muitos casos.
Notas de uso
- Usa-se para justificar que os benefícios cabem a quem trabalhou ou tomou a iniciativa.
- Aplicável a contextos agrícolas, profissionais e pessoais — quando se valoriza o esforço e a ocupação efectiva.
- Não é uma afirmação legal; refere-se à justiça prática ou moral do esforço e da presença.
Exemplos
- O terreno estava abandonado, mas o vizinho tratou-o e, no fim da época, disse: «horta, moinho e quilha, é para quem a trilha» — o fruto do trabalho pertence-lhe.
- Quando a empresa distribuiu as responsabilidades, quem tomou a iniciativa ficou com os melhores projetos — afinal, horta, moinho e quilha, é para quem a trilha.
- Na pequena comunidade piscatória, quem conserta o barco e o faz navegar mais vezes acaba por ganhar mais contratos: horta, moinho e quilha.
Variações Sinónimos
- Quem semeia colhe
- O fruto do trabalho é de quem o trabalhou
- Quem ocupa a terra, dela tira proveito
- Use it or lose it (em sentido prático)
Relacionados
- Quem não trabalha não come
- A cavalo dado não se olha o dente (contraste de sentido)
- Casa de ferreiro, espeto de pau (sobre incoerência, contraste)
Contrapontos
- O uso continuado não substitui direitos legais: ocupação não equivale necessariamente a propriedade legal.
- Recursos comuns e bens públicos exigem regras colectivas; o esforço individual nem sempre legitima apropriação exclusiva.
- A ética moderna também considera justiça distributiva e direitos sociais, não só o mérito do trabalho individual.
Equivalentes
- inglês
You reap what you sow / Possession is nine-tenths of the law (nuances semelhantes) - espanhol
El que siembra recoge / Lo que se trabaja, es de quien lo trabaja - francês
On récolte ce que l'on sème - alemão
Wer sät, der erntet